sexta-feira, 30 de maio de 2008

Eu e tu...não dá [Capítulo 6] - 2ª Temporada

- Não vais para nenhum hotel. Ficas aqui o tempo que for preciso. - afirmou Michael.
- Não te quero dar trabalho, a sério - respondi eu.
- Não me dás trabalho. E não vais gastar dinheiro num hotel qualquer. Aqui ficas melhor. Para além de que precisas de alguém que fique do teu lado. Não te posso deixar sozinha agora.
- Obrigado, Mike.
Abracei-me a ele, com um sorriso escondido no canto da boca.
- De nada, Ni. Agora vai mas é ligar ao Tom, ele precisa de saber.
- Não, eu não quero contar-lhe nada. Eu faço o teste e se der positivo, então vou ligar-lhe.
- Não, não e não. Tu vais ligar ao Tom, vais à farmácia buscar o teste e vais fazê-lo e ambos vêem o resultado. Imagina se é positivo...têm de assumir o filho, os dois. A responsabilidade não é só de um!
- Eu sei, fizémos os dois, não é?
- Exactamente. Já agora, pensei que vocês eram mais responsáveis e tinham cuidado.
- E sempre tivémos. Aliás não sei como...
Parei. Congelei. Lembrei-me da última vez que tínhamos estados juntos. Tinha sido na noite da discussão e da traição. E não...não tínhamos tido cuidado nenhum. Foi tudo espontâneo e impulsivo. Não parámos nem um segundo...nem mesmo para tomarmos cuidado.
- O que foi? - perguntou Mike. - Estás bem, Nicky?
- A...agora...tenh...tenho mais a certeza de que...de que...pode dar...positivo. - gaguejei eu.
- Porquê?
- Porque...não. Da última vez não tivémos cuidado.
- Ok, miúda, agora é que tens mesmo de ligar ao Tom.
Fui para o quarto de hóspedes, onde eu tinha dormido nos últimos tempos.
Sentei-me na cama e peguei no telemóvel. Acho que queria chorar mas não conseguia. Talvez os meus olhos já tivessem gasto todas as lágrimas que haviam para gastar nas últimas semanas. O meu corpo tremia como se estivesse com hipotremia. Marquei o número e cliquei no botão verde, que começou a efectuar a chamada. Senti uma onda de calor percorrer-me todo o corpo e dando uma sensação fria na espinha e no fundo da barriga.
Chamou algumas vezes, e por fim, ouvi uma voz masculina e doce mas algo ensonada do outro lado da linha. A voz do Tom:
- Estou?
- Tom...
- Ni! Até que enfim resolveste ligar-me! - a voz ensonada dele, parecia agora mais desperta.
- Desculpa se te acordei.
- Não faz mal. Eu também já precisava de acordar.
- São nove da manhã, Tom. É cedíssimo para tu acordares.
- Esquece lá isso. Então...porque me ligaste?
- Por três razões muito fortes. Primeiro: quero resolver as coisas contigo. Segundo: era suposto eu estar a caminho do aeroporto para voltar para Portugal, mas pela terceira razão, ainda não vou.
- E qual é a terceira razão?
- Eu...
- Fala...não tenhas medo.
- Cá vai...eu acho que estou grávida, Tom.
- O quê? De mim?
- De quem mais, Tom Kaulitz?
- Eu é que sei?
- Mas por quem me tomas? Eu perdi a virgindade contigo e apenas tive relações contigo, durante todos estes anos.
- Só comigo?
- Só contigo. Agora pensa de quem mais poderá ser o filho! Isto se eu estiver mesmo grávida.
- Bom, ok... - ele suspirou. - Já fizeste o teste?
- Não, ainda não. Quero fazê-lo contigo ao pé de mim. Vemos os dois o resultado.
- Ok, vem até cá a casa.
- Vou á farmácia comprar o teste e vou para aí.

(...)

Cheguei ao portão da casa. Contemplei o jardim e a prórpia casa. Aquilo era o meu lar. Era ali que eu pertencia. E por mais que me custasse, tinha de admitir isso. Era ali que eu queria estar. Na nossa casa. Minha, do Tom, do Bill e da Amy. Era ao lado deles que eu era feliz. Afinal, foi pelo Tom que eu larguei tudo.
Abri o portão, entrei e fechei-o. Caminhei em direcção à porta de entrada e depois de uns segundos a respirar fundo e a mentalizar-me do que ia fazer. Ia bater à porta, quando nem foi preciso. Já tinha a mão à altura da cabeça e o punho semicerrado para bater, quando Tom abriu a porta. Fiquei algo surpresa.
- Dei conta da tua presença - disse ele. - Entra.
- Com licença...
- Não digas isso, parece mal. Afinal, esta é a tua casa.
- Creio que não séra por muito mais tempo.
- Vai mas é fazer o teste. Sabes onde é a casa-de-banho.

Entrei na casa de banho e li as instruções. Fiz o que dizia e saí da casa-de-banho com o teste na mão.
- Então? - perguntou Tom, ansioso.
- Calma, rapaz. Isto não é logo assim!
Queria-me rir do nervosismo dele, mas também eu estava nervosa.
- Já está - afirmei eu. - Mas não sei o que isto quer dizer! Procura aí no papelinho das intruções.
Ele começou a procurar.
- Não vejo aqui nada! - resmungou ele.
- Será que os homens não servem mesmo para nada?
- Para dar prazer às mulheres - respondeu ele em tom de troça e com um sorriso igualmente trocista.
- Dá cá isso!
Tirei-lhe o papel da mão e comecei a olhar tudo. Tom observava-me.
- Ok, também não vejo aqui nada... - disse eu.
Tom soltou uma gargalhada que ecoou por todo o quarto.
- Afinal não sou o único!
- Oh, está aqui! Tom, isto esteve todo o tempo debaixo do teu nariz!
- Onde?
- Aqui, idiota.
- Opá, desculpa, não vi...
- Não faz mal...
- Mas e então? Deu o quê?

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