Primeiro dia da digressão. A minha mãe veio acordar-me. Sentia-me mesmo bem. Tinha dormido perfeitamente. Levantei-me, tomei banho, preparei-me e tomei o pequeno almoço. Quando estava pronta, despedi-me do meu pai e do meu irmão e meti-me no elevador com a minha mãe, carregadas com as minhas duas enormes malas. Chegámos à porta do prédio e ainda não avistava o autocarro, algum membro da minha banda ou sequer dos Tokio Hotel. Esperei nem um minuto, e avistei então o autocarro da digressão. Os vidros eram escuros, não se via nada lá para dentro. Saki, o segurança do Bill, saiu do autocarro, seguido do vocalista. E a seguir dele, o Tom.
Vinham ambos os gémeos com óculos de sol. Vieram os dois até à porta do prédio onde eu estava. Saki fez o favor de carregar as minhas duas pesadíssimas malas para dentro do autocarro e os gémeos vieram cumprimentar a minha mãe. Georg e Gustav saíram também do autocarro. Vieram todos cumprimentar-me a mim e à minha mãe. Depois despedi-me da minha mãe e entrei para o autocarro. Ainda nenhum membro das Sweet Sorrow estava lá, excepto eu. Fomos para a sala do tourbus.
- Madame... - disse o Georg, fazendo sinal para eu me sentar.
- Merci, monsieur! - agradeci com o meu falso sotaque francês, agarrando a minha camisola como se de um vestido se tratasse e flectindo os meus joelhos. Ele riu-se.
Sentei-me e ao meu lado sentou-se o Georg. O Bill sentou-se à minha frente e o Gustav ao seu lado. O Tom começou logo a enxutar o Georg dali.
- Pssht! Oh, tu, toca a sair daí! - exclamou ele, dando uma valente chapada nas costas do Georg.
- Calma lá! - exclamou Georg levantando-se.
- Oh, inteligência, porque não vens para este lado? - perguntei eu, fazendo sinal que do meu lado esquerdo estava um lugar vago.
- Ah, pois... - disse ele baixando e coçando a cabeça. Todos se riram.
Ele sentou-se ao meu lado, suspirou e depois pôs o seu braço em volta dos meus ombros.
- Estamos muito íntimos, hoje... - disse-lhe eu, num tom sério, contendo um riso.
Ele tirou o braço dos meus ombros e fez beicinho.
- Mas se a intimidade é contigo... - disse eu num tom atrevido, pegando no braço dele e colocando-o de novo à volta dos meus ombros.
- Uuuuuh! - exclamaram os outros três em coro. Nós limitámo-nos a rir.
Passado algum tempo, chegámos a casa da Roxy, que foi ter connosco e se sentou ao lado de Bill. Passado outro bocado, chegou a Bea, depois a Ana e finalmente a Ruth. E assim partimos para Espanha.
(...)
- Ganhei! - disse eu alegremente.
Bill mandou as cartas para cima da mesa, duma maneira bruta e todas se espalharam. Cruzou os braços e limitou-se a soltar um som do género "pff". Tom apenas meteu as mãos a cobrir a cara. Bea meteu a mão na testa e os outros ficaram boquiabertos.
- Como é que fazes isto? - perguntou Roxy quebrando o silêncio.
- Sou boa! Três, amigos! Três vezes seguidas! Ou é na consola, ou são as cartas...que mais? - perguntei eu e depois ri-me. Tom e Georg acabaram por se rir também.
- Estou mas é cheio de fome! - reclamou Gustav, batendo na sua barriga.
- Apetece-me comer pizza! - manifestou Georg com a mão na barriga.
- Estás com desejos, é? - perguntei no gozo. Os outros riram-se.
- Bah, e eu estou cheio de dores de barriga... - queixou-se Bill.
- É aquela altura do mês... - disse Tom, no gozo, dando-me uma leve cotovelada.
- Hey! Não é nada! Essa altura já passou! - exclamou Bill, também ele no gozo. Todos se riram.
- E então...que fazemos agora? - perguntou Ruth.
- Por mim, jantamos! - disse Tom.
- Ya, eu também já comia qualquer coisa. - concordei eu.
- Fonix, tu que não tivesses fome! - criticou Roxy, olhando-me de soslaio.
- Mas eu não disse o que queria comer...a minha fome é outra! - exclamei eu, com um ar atrevido.
- Oh! Essa fome posso eu matar-te! - manifestou-se Tom.
- 'Bora lá? - perguntei eu. Ele lambeu os lábios.
- Logo... - disse ele.
- Aham... - concordei eu e mordi o lábio. Todos nos olhavam de maneira estranha.
- Estamos aqui a mais? - perguntou Bea.
- Por acaso... - disse eu, com desprezo.
- Vamos lá preparar o jantar, pessoal, que estamos aqui a mais! - disse Bill, levantando-se.
- Sim, vamos deixá-los aqui...se sentirem mais ondulação no autocarro, não será com certeza da estrada! - disse Georg dando cotoveladinhas no braço do Gustav.
- Ha...ha...ha...'tou-me a rir né? - perguntei eu, fazendo um riso altamente forçado. Tom riu-se.
Todos saíram menos eu e o Tom. Foram todos para a parte de baixo do autocarro.
- Então...queres ir? - perguntei eu.
- Para quê ir, se podemos ficar? - perguntou ele com um ar atrevido.
Deus...porque é que eu não sou capaz de resistir àquele sorriso maroto e àqueles olhos docemente atrevidos?
- E o que ficamos aqui a fazer?
Devolvi o sorriso atrevido, lancei-lhe um olhar comprometedor e passei suavemente o meu dedo na sua perna. Ele começou a mexer no piercing com a língua.
- O que quiseres... - respondeu ele finalmente.
- Tu sabes o quanto me afectas com isso não sabes? Tu fazes isso propositadamente...
- Isso o quê? - perguntou ele com ar angelical.
- Mexeres no piercing com a tua língua...
- Eu não sabia que isso te afectava. Mas agora sei como te afectar... - disse ele e começou a fazer aquilo de novo.
- Meu Deus, a sério, pára...esse piercing, Deus...
- Que tem? É de metal...é normal... - disse ele provocando-me, aproximando-se cada segundo um milímetro mais.
- É? Deixa ver... - disse eu impulsivamente.
Eu não fazia ideia do que estava a fazer. Pus a minha mão no seu pescoço e puxei-o para mim, beijando-o. Ele colocou uma das suas mãos na minha cintura. Sentia o meu coração a mil. Era exactamente aquilo que eu queria e não queria ao mesmo tempo. Eu andava a evitar o inevitável. Eu tinha andado com ele por dias e não tencionava repetir isso. Mas senti-me totalmente no céu. E depois, estava com medo de quando aquilo acabasse. O que iria eu dizer-lhe? Como iria ele reagir? Os segundos no céu acabaram. Lentamente, ele foi separando os seus lábios dos meus. Mordeu o seu lábio. Mantendo a sua cara a pouco mais de 5cm de mim. Preparava-se para me beijar de novo, mas eu pus um dedo em frente dos seus lábios. Eu não podia fazer aquilo.
- Eu não consigo... - disse eu e uma lágrima rolou pela minha cara.
- Que se passa?
- Tom, eu já me magoei por tua causa. Lembras-te do que aconteceu quando estiveste em Portugal? Andámos o quê? Dois dias?
- Três...
- Tom!
- Que foi?
- Grande diferença - manifestei eu, cruzando os braços.
- Que querias que fizesse?
- Tu enganaste-me. Porque é que dizes "amo-te", quando não é isso que sentes? Porque é que quando falávamos dizias que me amavas, e quando eu ia ver as entrevistas...tu insinuavas continuavas a curtir com fãs?
- Para tua informação, eu não curti com fãs todo o tempo que te disse que te amava. E sabes porquê? Porque te amo mesmo, Ni. E não te quero perder por coisas estúpidas.
- Coisas estúpidas? Coisas significativas, queres tu dizer. Não venhas com desculpas. Tu continuaste a ter sexo com as fãs.
- Não, não continuei. Certifica-te que leste bem as entrevistas. Eu insinuei, e digo-te aqui à tua frente, que sim. Eu adoro sexo. E não podia dizer às fãs e a todo o mundo, assim de repente, que me tinha apaixonado! - manifestou ele.
- Oh, sim, claro...o Tom Kaulitz apaixonado...deixa-me rir...
- Deixo-te fazer o que quiseres, desde que acredites em mim. Por favor...eu alguma vez te menti?
- Que eu saiba não...
- Então acredita em mim...
*****Ponto de vista do Tom*****
Eu era capaz de jurar pela minha saúde e pela saúde do Bill que não tive nada com uma fã durante todo o tempo que lhe disse que a amava. Mas agora ela não acredita em mim. Eu juro que a amo. Pela primeira vez, eu sei o que é o amor. E a Ni é quem eu quero! Eu amo-a. Ela e o Bill são agora as pessoas mais importantes da minha vida. Mas tenho de a fazer acreditar em mim, o mais depressa possível. Queria dizer a todos que ela é minha namorada. Quero ter alguma coisa séria com ela. Pela primeira vez, quero ser comprometido com alguém. Quero poder dizer a todo o mundo que a amo, sem querer saber da opinião dos outros. Eu posso tentar explicar-lhe tudo isto. Mas serão as minhas palavras o suficiente para a convencer?
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domingo, 18 de maio de 2008
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