No dia seguinte, eu e o Georg estávamos com uma ressaca daquelas! Vimos as nossas figuras nos vídeos que a Bea tinha feito. Deus, as nossas figuras... e tinha de enfrentar uma situação...eu tinha de falar com o Tom sobre o beijo.
- Tom, eu...
- Se vens falar da cena de ontem, tipo, é na boa. Tu tinhas bebido. Não vamos falar mais sobre isso, ok? Quando tu te sentires preparada e quando acreditares em mim, então aí voltamos a falar.
Queria dizer-lhe mais alguma coisa, mas não tive coragem. Limitei-me a concordar e a agradecer:
- Ok. Obrigado.
(...)
Passado algum tempo, no Canadá, todos estão sentados no quarto do Gustav e conversam alegremente. Às tantas, o Tom tem a ideia maravilhosa de me propôr uma aposta.
- Aposto que não és capaz de ir comigo ao banho, sem olhares para mim! Fazemos assim, vamos os dois ao banho...se eu olhar, pago-te. Se tu olhares, pagas-me! - disse ele.
- Então fazemos isto diferente - disse eu com um sorriso maroto, pondo dinheiro em cima da mesa. - Vamos os dois ao banho e eu pago-te...para tu me deixares olhar!
- A miúda sabe negociar! - disse Georg. Bill riu-se. Estavam todos chocados.
- Parabéns. - disse Tom.
- Parabéns?
- Sim. Para além de seres a primeira miúda a deixares-me sem palavras, acho que temos um acordo!
- Então...vamos? - perguntei.
- 'Bora! - disse ele, levantando-se.
Dirigimo-nos ao quarto dele e à sua pequena casa-de-banho. Ele estava de costas para mim e começou a despir-se. Comecei a despir-me também. Ele ligou a água a escaldar e espalhou um gel na banheira que rapidamente fez imensa espuma. Para o provocar, antes de entrar, mandei um preservativo para dentro da banheira. Depois então, entrei. Ele riu-se. Pegou-me pela cintura e olhou-me novamente intensamente nos olhos. Beijou-me. Passou as suas mãos pelo meu corpo e eu repousei as minhas nos seus ombros, enquanto a água escaldava nos nossos corpos. Às tantas, colocou o preservativo e assim nos envolvemos...naquele momento, não pensei se tinha significado para ele ou não. Deixei-me levar.
Secávamo-nos os dois com as grandes e fofas toalhas de banho.
- Nicky, quero-te dizer uma coisa.
- Agora não, Tom.
- Mas...
- Esquece. Eu e tu, não dá...
Saí da casa-de-banho e fui para cima da minha cama, onde olhei pela pequena janela. Via a estrada e pensava no que tinha acontecido. Preferia que não tivesse sido assim. Não queria que aquilo tivesse acontecido...não naquele momento. Mas o que estava feito, estava feito.
(...)
O tempo foi passando. Reino Unido, Espanha, França, Suíça, Alemanha, Irlanda, Holanda, Suécia, Luxemburgo, Itália, Eslováquia, Sérvia e até mesmo Canadá. Passámos pelos mais variados sítios numa digressão de sonho. Eu não podia pedir mais! Cerca de quase quatro meses com a minha banda preferida e as minhas grandes amigas e companheiras por toda a Europa e até mesmo América. Tirámos toneladas de fotos pessoais e filmámos. Alguns dos vídeos feitos por nós foram para o DVD da tour. Visitei sítios aos quais não tinha sequer sonhado ir, vi coisas diferentes, incríveis. Conheci outras línguas, outras pessoas, outros fãs! Era tudo fantástico. Decidimos então dar por acabada a tour em Portugal. Os Tokio Hotel vinham passar também umas férias connosco.
(...)
Férias fantásticas, indescritíveis com eles. Até que tinha chegado o último dia deles cá. Chovia que se fartava! Todos dentro de casa. Resolvi falar com o Tom, antes que fosse tarde de mais. Puxei-o para o hall de entrada da minha casa.
- Que se passa? - perguntou ele.
- Sabes do que quero falar. Preciso que me digas agora, antes que seja tarde. Tu amas-me realmente?
- Nicky, eu tentei dizer-te isso toda a digressão.
- Tom...por favor! Não preciso ouvir-te dizer um "eu tentei dizer-te", mas um "eu amo-te" soava bem!
- Nicky... - ele permaneceu em silêncio.
- F*da-se, Tom! Não percebes? Depois pode ser tarde!
- Nicky...
Saí de casa, furiosa e a chorar. Parei no meio da rua, já encharcada. Oiço passos apressados chapinharem a água da chuva no chão. Sinto umas mãos quentes repousarem nos meus ombros enquanto estou de olhos fechados e mãos na cara.
- Nicky, se te disser, não vai adiantar. Já é tarde...
sexta-feira, 23 de maio de 2008
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