quarta-feira, 21 de maio de 2008

Eu e tu...não dá [Capítulo 17]

Terminado o concerto, fomos para o hotel. Partiríamos de manhã cedo para Madrid. Fomos cada um para o seu quarto e tomámos os nossos banhos. Depois, dormimos.
No dia seguinte, encontrámo-nos todos para tomar o pequeno-almoço e depois seguimos para Madrid. Eram algumas horas e aproveitámos para fazer uma sesta no autocarro. Depois almoçámos, fizémos o soundcheck e passadas poucas horas, actuámos.
Mais uma vez, eu, a Roxy, a Ruth e a Ana, víamos o concerto dos TH do backstage. Quando eles acabaram, eu esperava o Tom com uma garrafa de água e uma toalha. O Tom deu a guitarra a um assistente e dirigiu-se a mim, todo suado e com um sorriso. Senti um déjavu do concerto em Portugal, no Porto.
- Toma - disse eu, com um pequeno sorriso, dando-lhe a garrafa e a toalha.
- Obrigado - agradeceu ele com o mesmo sorriso.
Limpou-se com a toalha e suspirou. Bebeu um gole de água, olhou-me nos olhos e repetiu o sorriso. Pôs água na sua mão e atirou à minha cara.
- Hey! - reclamei eu indignada.
- Está calor! - exclamou ele e riu-se.
- Ai estás com calor?
- Sim! Eu sou uma brasa, não sabes?
- Sei, sei...se é guerra que queres, é guerra que te dou!
Peguei noutra garrafa de água e comecei a atirar-lhe água. Os dois brincámos durante um bocadinho. Depois ele começou a correr atrás de mim com o pouco de água que restava nas suas mãos. Comecei a correr nem vi para onde. Ele não conseguiu atirar-me a água e sem querer, caiu em cima de mim. Olhou-me nos olhos, intensamente. Só depois reparei onde estávamos. Em cima do palco! Alguns fãs gritavam por estarmos ali. Olhámos um para o outro sem saber o que fazer. Ele levantou-se, ajudou-me a levantar e puxou-me pela mão. Corremos os dois até ao backstage, onde nos ríamos compulsivamente do que tinha acabado de acontecer. Mas depois ele voltou a olhar-me intensamente nos olhos e aproximou-se de mim. Aproximou-se cada vez mais, até ao ponto em que sentíamos a respiração ofegante um do outro. E tinha a minha promessa na cabeça. Eu não poderia beijar o Tom, a não ser que isso tivesse significado para ele.
- O que é que isto significa para ti? - perguntei eu.
- O quê? - perguntou ele, afastando-se um pouco, olhando-me de novo intensamente, com um ar sério.
- Tu ouviste...o que é que isto significa para ti, Tom?
- Não te sei explicar...eu acho que ainda gosto de ti...e para ti?
- Algo que tu não entendes - respondi eu, num tom frio.
Dei meia-volta e fui embora. Chegámos ao hotel e foi a mesma coisa da noite anterior.
Dia seguinte. Íamos num voo bem cedo de manhã, para Toulouse (em França). Dia seguinte íamos estar em Lyon, depois tínhamos um dia de descanso, e no último dia em França, íamos actuar em Paris.
Quando chegámos a Toulouse, haviam algumas fãs no aeroporto às quais démos autógrafos. Depois teve de ser tudo muito rápido. Fazer o soundcheck e passado pouco tempo, actuar. E ainda naquela noite, voámos para Lyon.
Os dois primeiros dias em França (o dia em Toulouse e o dia em Lyon), passaram bastante rápido. E era finalmente o nosso dia de descanso. Foram quatro dias seguidos a dar concertos e a dormir mal. E mais de dia do que de noite. Mas eu de dia mal consigo dormir, o que foi um problema. No dia de descanso, já estávamos em Paris. Dormimos descansados até tarde e depois almoçámos (um almoço que foi mais um lanche) e fomos todos juntos dar uma volta. Até vimos a torre Eiffel. Andámos por lá e à noite jantámos com as luzes da cidade. Adorei também quando eu e os gémeos cantámos "Sur le pont d'Avignon", em pleno restaurante. Um dia de descanso óptimo.
Eu e o Tom, nestes últimos dias, tínhamos andado "estranhos" um com o outro. Falávamos practicamente só quando era preciso e em vez de estarmos sempre a fitar os olhos um no outro, de vez em quando, trocávamos olhares sérios. Já nem sorríamos um para o outro. Eu não gostava daquele ambiente tenso de novo.

(...)

De novo, um dia de trabalho. Ainda em Paris. Demos entrevistas, fizémos várias sessões fotográficas, houve uma sessão de autógrafos e depois foi o concerto. Dia seguinte, partíamos para Bruxelas.
Lá fomos nós, de manhã cedo, num voo para Bruxelas. Quando acabou o concerto dos Tokio Hotel, o Tom veio ter comigo ao backstage.
- Ouve, Nicky, desta vez sou eu que não quero que as coisas fiquem assim...tensas.
- Por mim, voltamos ao princípio uma segunda vez. Mas, Tom, gostava mesmo que me dissesses o que aquilo significaria para ti. E tu sabes ao que me refiro.
- Pois sei. Mas tu também sabes que eu já te respondi.
- Tudo bem. Quando soubermos explicar um ao outro, explicamos.
- Até lá... - disse ele.
Pegou em água, como depois do concerto em Espanha e atirou-me.
- Vê lá se queres ir parar ao palco! - exclamei eu, indignada.
Andámos "à porrada" a acabámos a ir para o autocarro, eu às costas dele e a cantarmos uma música qualquer de desenhos animados.
- Chegámos - disse eu, descendo das costas dele, à porta do autocarro.
Entrámos e partimos, mais uma vez. Íamos agora para a Alemanha. As fãs iam ficar doidas de os ter de volta à sua terra natal. Eles todos queriam aproveitar para passar em casa, já que tínhamos dois dias de descanso, depois de três dias de concertos.

(...)

Primeiro concerto em Munique, segundo em Leipzig, terceito em Hamburgo. E finalmente, voltaram a casa por dois dias, em Magdeburgo. Nós (Sweet Sorrow), fomos a casa de todos eles. Eles mostraram-nos a sua cidade e nós, claro, adorámos tudo ali. Aproveitámos todos para fazer algumas compras.
Em casa dos gémeos, eu e o Tom conversávamos na cozinha, enquanto eu fazia um bolo. Mesmo sendo convidada, fiz questão de preparar a sobremesa.
- Sabes, tenho estado a pensar. Esta cena das "one-night-stands", algum dia tem de acabar - disse ele.
- O quê? - parei subitamente de misturar a massa do bolo e olhei para ele com um olhar bastante chocado.
- Ouviste bem.
- O Tom Kaulitz quer parar com as "one-night-stands"? Ai, Virgem Santíssima, que eu morro hoje! - exclamei eu, revirando os olhos e continuando a mexer a massa do bolo.
- Não gozes! Tipo, eu estou a ficar crescidinho, e algum dia tenho de estabilizar. Mas ao mesmo tempo penso que sei lá...é tão estranho amar alguém. Não sei descrever.
- O amor é indescritível.
- Como o que eu sinto por ti.
- Han? - parei novamente de mexer a massa, arregalando-lhe os olhos.
- Tu ouviste.
- Explica-te melhor.
- Eu amo-te, Ni.
- Se for como da outra vez, podes esquecer, Tom...
- O que é preciso eu fazer para acreditares em mim? Faço tudo!
- Podes começar por arranjar-me uma forma para eu pôr o bolo no forno, ok?
- Não desvies o assunto - disse ele, enquanto tirava uma forma do armário da cozinha. - Eu gosto mesmo de ti, ok?
- Falamos disto depois.
- Porquê depois?
- Porque vou levar tempo até acreditar nisso outra vez!
- Tu é que sabes...
- Pois sei. Por favor, dá-me tempo e espaço. Só assim poderei acreditar de novo em ti.

(...)

Seguimos para Berna, capital da Suíça. Em Suíça, correu tudo bem. Na tarde livre que tivémos, fomos passear. Aconteceu uma coisa bastante...curiosa. Fomos a uma feira de diversões, tipo feira popular, e vimos uma tenda com um cartaz de uma vidente. Tivémos curiosidade, mas ninguém quis lá ir. Eu e o Tom fomos os únicos com coragem para entrar. Não sei como, deixaram-nos entrar aos dois. Cumprimentámos a vidente e ela mandou-nos sentar.

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