A minha mãe tinha caído no chão. Apressei-me a correr para ela. Uma enfermeira que andava por ali, chamou um médico.
- MÃE! - gritava eu, dando-lhe chapadinhas na cara. O meu telemóvel caiu no chão.
- Que se passou? - perguntou o médico.
- Deve ter sido uma quebra de tensão! Ela tem muitas quebras. O meu pai está cá porque entrou em coma diabético e ela ficou nervosa e...façam qualquer coisa! - gritei, desesperada.
Levaram-na dali. A chamada ainda se mantinha. Tom chamava por mim aflito, do outro lado da linha.
- Estou - respondi, finalmente.
- Que se passa? Porque gritaste? O que foi? - perguntou Tom, alfito.
- A minha mãe desmaiou. Boa! Agora tenho a minha mãe desmaiada e o meu pai em coma diabético!
- Ok, agora não me digas para não ir aí! Já estou a sair de casa da Vanessa.
- E como vens?
- De táxi, a pé, como calhar! Mas eu vou!
Chamou um táxi e pediu que se dirigisse ao hospital. Entretanto, manteve a chamada.
- Como estás? - perguntou.
- Nervosa, atordoada...sinto-me mal.
- Espera, senta-te. Não tarda estou a chegar. Onde estás?
- Na sala de espera do rés-de-chão.
- Ok, assim que chegar vou ter contigo, prometo.
- Ok, amor.
- Até já, Engel. Acalma-te um pouco se não não consegues resolver nada.
- Ok, anjinho...até já.
- Amo-te.
- Também te amo, rastafari.
A voz dele, as palavras dele. O som daquela voz grave e doce a entrar no meu ouvido com a palavra mais profunda do mundo: amo-te. Ele amava-me. Eu sabia que o mundo podia cair, mas ele estava lá. Eu sabia que o universo e as estrelas podiam extinguir-se. O nosso amor continuaria a existir.
Uns quinze minutos depois, que pareceram uma eternidade, Tom apareceu a correr na sala de espera, olhando em todas as direcções.
- Estou aqui! - disse, levantando-me.
Tom olhou para mim, correu para os meus braços. Abraçou-me com toda a sua força, mas sem me magoar. Adorava aqueles abraços fortes, protectores. Eu sentia-me segura nos seus braços fortes, colada ao seu corpo quente. Ia-me acariciando os cabelos enquanto eu chorava sem um som, junto ao seu corpo, ainda nos seus braços.
- Eu estou aqui, Engel... - disse-me.
Pousou o queixo em cima da minha cabeça. Depois beijou a minha cabeça e deixou os seus lábios ficarem lá enquanto me apertava contra si.
Deixei-me ficar naquele conforto, naquela segurança. Eu não tinha a certeza do que se tinha passado com o meu pai, com a minha mãe...eu não tinha a certeza do que sentia, do que se passava, do que quer que fosse. A minha única certeza era que ele estava do meu lado, que eu e ele éramos inseparáveis.
Percebi que mais que tudo no mundo, eu amava o Tom. Que a minha única certeza, a mais sincera de todas, era que ele me amava e eu o amava a ele. Amavamo-nos, com todas as nossas forças. Desde o primeiro momento.
Colocou as suas mãos na minha cara e fitou-me. Disse:
- Vai ficar tudo bem. Vais ver que sim.
- Espero que sim, Tom.
- Claro que vai ficar tudo bem. Tens de confiar em mim.
- Eu confio em ti.
- Então acredita que vai ficar tudo bem.
- Acredito porque és tu a dizê-lo.
Beijou-me. Estivémos ali um bocado. Simplesmente com os nossos lábios colados, separando-se e juntando-se de novo de vez em quando. Depois sentámo-nos.
- Tom...
- Sim?
- Quando te disse que te amava mais que muitas coisas neste mundo... - fitou-me. - Acho que me enganei.
- O quê? Que queres dizer? - perguntou, à toa.
- Quero dizer que te amo mesmo mais que tudo e não mais do que apenas...muitas coisas, sabes? És mesmo a pessoa mais importante, és mesmo o sentimento mais sincero. És mesmo tudo, Kaulitz.
Sorriu-me. Fez-me sorrir ao de leve também. Bastava o sorriso dele para eu ter razões para sorrir.
- Eu também te amo da mesma maneira - disse-me.
Beijou-me. Até que fomos interrompidos pela enfermeira.
domingo, 17 de agosto de 2008
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