terça-feira, 26 de agosto de 2008

Loving you twice - Capítulo 37

Chegámos à praia. Sentámo-nos na areia, a ver o mar. O tempo não era dos melhores, mas desde que eu estivesse ao lado do Tom, o cenário era perfeito.
- Sabes que eu sempre tive medo deste lugar - confessei a Tom.
- A praia? - perguntou, surpreendido.
- Sim. Sempre odiei. Era por isso que o meu pai nunca me forçava a vir. Ele sabia que eu odiava a praia.
- Oh, então vamos embora. Não precisamos de estar aqui.
- Deixa. Vamos ficar. Estou a gostar de estar aqui contigo.
Sorriu-me.
- Gosto de vir a esta praia porque me transmite calma. Venho aqui desde pequeno, com o Bill, a minha mãe e o meu padrasto. - afirmou Tom. - Ainda por cima o dono do bar era amigo da minha mãe e o filho deles, que agora toma conta disto, também é meu amigo. Tenho a chave do bar.
- Sério? - fitei-o.
- Aham. Já me deu jeito. Cheguei a fugir de casa quando estava triste e a dormir aqui. Porque não gostas de praia?
- Por causa do mar. - respondi.
- Que tem o mar? - perguntou.
- Ondas, correntes fortes, água, areia, conchas...montes de coisas - respondi, rindo.
- Oh, parva... - riu. - Que tem para teres medo dele?
- Não sei explicar. Tenho medo desde pequena. Sempre que me aproximava da água, ficava aflita. Dá-me um pânico aqui dentro que eu nem sei descrever. É estranho. Simplesmente estranho. Nada mais.
- Eu nunca fui muito chegado à praia, sou menino da cidade. - riu. - Mas quando venho, gosto.
- Queres dar uma olhadela dentro do bar? - perguntei com um sorriso maroto.
- Vamos - respondeu, retribuíndo o sorriso.
Chegámos à porta do bar, que estava fechado. Tom procurou a chave no molhinho de chaves que tinha presas a uma pequena guitarra que brilhava no escuro. Eu adorava aquele porta-chaves! Entrámos no bar. Estava vazio, como era de esperar. As mesas estavam em cima das cadeiras, as coisas todas arrumadas, uma vassora a um canto.
- Que queres fazer? - perguntou, andando e batendo as palmas das mãos à sua frente.
Chegou à minha beira e colocou as suas mãos na minha cintura.
- Não sei... - respondi com um sorriso. - E tu, que queres fazer?
- Não sei... - respondeu com o mesmo sorriso, aproximando-se mais.
Parte dos meus braços ficou a rodear o seu pescoço enquanto nos beijávamos. Beijá-lo era das coisas mais arrepiantes do mundo, mas das melhore sensações. Transmitia-me paz, e ao mesmo tempo, desejo. Os beijos deles eram doces, intensos, apaixonados. Parecia que quanto mais ele me beijava, mais eu queria. Ele tinha um dom!
Depressa eu estava sentada em cima do balcão e as suas mãos deslizavam nas minhas pernas, por dentro do meu vestido gótico preto. Os nossos beijos eram mais urgentes, mais intensos. Mesmo quando eu julgava isso impossível. As nossas línguas iam-se tocando, mas depressa ele cortava o momento, começando tudo de novo. Ele sabia mesmo como me fazer desejar mais!
Os nossos momentos foram interrompidos pelo som do meu telemóvel.
- Arrgh! - barifustei, revirando os olhos.
Desci do balcão, alcancei a minha malinha preta e procurei o telemóvel. Atendi-o.
- Estou?
- Estou, filha. - era a minha mãe. - Onde estás?
- Desculpa não ter avisado. Hoje passa-me tudo ao lado. Vim só dar uma volta com o Tom.
- Ah, ok. Está toda a gente cá em casa.
- Eu sei, foi por isso que não fui, mãe...não me leves a mal. Precisava de espairecer e de sair do meio de toda a gente...
- Não tem problema, filha. Eu percebo. Quando voltas?
- Estamos na praia, devo voltar mais daqui a pouco.
- Está bem. Vem antes de jantar, os teus tios ainda te querem ver antes de irem embora.
- Claro, mãe. Até logo.
- Até logo. Cuida-te.
Desligámos a chamada. Passei a mão pelos cabelos e suspirei.
- Problemas? - perguntou Tom.
- Era a minha mãe, só queria saber onde eu estava. Esqueci-me de avisar.
- Ah...e tens de voltar já?
- Não necessariamente. Só tenho de estar em casa antes de jantar.
- E...
- E vamos continuar, sim. - afirmei com um sorriso.
Saltei para cima do balcão e deixei-me levar por ele, mais uma vez.

Sem comentários: