sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Loving you twice - Capítulo 25

- Ok, vais-me falar sobre ontem, não vais? - perguntou Vanessa com um sorriso, ao estarmos sozinhas na cozinha.
- Claro que sim. - afirmei, tentando não falar muito alto para os rapazes não ouvirem. - Conta-me tudo!
- Sim, eu perdi a virgindade com o Bill...tipo...
- No meio do mato?!
- Não foi bem no meio do mato...quer dizer...foi mais ou menos! Tipo ele meteu alta toalha no chão, levou velas...e...ai! Pediu-me em namoro e eu disse que sim, né? Eu nem sei, mana! Só sei que foi lindo, perfeito, maravilhoso! Tu nem te pergunto...já não eras virgem por causa do nós-sabemos-quem. Por falar nisso, pensei que andavas com "medo" do Tom por causa disso.
- Eu percebi que o Tom era muito diferente, e tipo...não sei, eu deixe-me levar. Achei que me devia deixar levar e não ter medo. Afinal o nós-sabemos-quem foi só parte de um passado negro. Agora eu sou uma pessoa diferente, mais crescida, menos ingénua. E sabes, até tenho de agradecer ao nós-sabemos-quem.
- Agradecer?!
- Sim, apesar de tudo ele mostrou-me o que é amar alguém. E o Tom é especial porque mostrou-me que se pode sentir isso duas vezes.
- Estou a perceber. E então? O que fazemos para o almoço?
- Não faço ideia, Vanessa Alexandra Lippert.
- Bom trabalho, Inês Dauzart Stuttgart!
- Obrigada, obrigada - disse, acenando e fazendo pequenas vénias.
Depois do almoço, o pai da Vanessa veio-nos buscar.
Ao chegarmos à nossa cidade, saímos todos juntos da carrinha. Eu e a Vanessa morávamos na mesma rua (vizinhas do lado) e os gémeos moravam no cimo dessa mesma rua.
- Amanhã podemos vir buscar-vos e vamos para a escola todos juntos - sugeriu Tom.
- Era uma boa. - afirmei.
- Então fica combinado. Amanhã vimos buscar-vos. - disse Tom.
- Bem, até amanhã então - disse Bill.
Bill beijou Vanessa e Tom beijou-me a mim.
Eu e Vanessa ficámos entre a minha casa e a dela a ver os gémeos subir a rua.
- Como é que eu e tu conquistámos duas coisas tão perfeitas? - perguntou Vanessa e mordeu o lábio.
- Não sei. Mas dou graças a Deus por isto ter acontecido - respondi, deslumbrada.
- Mana, tenho de ir! - Vanessa caiu em si. Despertou-me também a mim.
- Claro, eu também.
- Até amanhã! - dissémos ao mesmo tempo.
Dirigi-me à porta de casa. Meti a chave na fechadura e rodei. Empurrei um pouco e a porta abriu-se.
Havia um grande silêncio. A casa parecia vazia. Até que vi o meu pai deitado no sofá da sala. Devia ter adormecido. Ele adormecia sempre a ver televisão.
- Mãe! - chamei, procurando-a.
Encontrei-a na cozinha. Limpou as mãos a um pano.
- Quem é vivo sempre aparece - disse ela e abraçou-me.
- Boa-tarde, mãe - disse eu, rindo.
- Então, divertiram-se?
- Imenso! A casa era linda. Adorei estar lá.
- Ainda bem, filha.
- O pai adormeceu?
- O quê? Ainda está a dormir?
- Até parece que não o conheces! Dorme quanto tempo lhe for permitido.
- Sim, já sei.
- Mãe, desculpa, mas tenho de ir ao quarto pousar a mala. Isto pesa toneladas!
- Quem te manda levar roupa para uma semana só para uma noite?
- Eu não levei roupa para uma semana! Levei roupa para tipo...sei lá, três dias!
A minha mãe revirou os olhos.
- E não ias só dormir lá uma noite?
- Sim, mas eu sabia lá o que me ia apetecer vestir!
- Deus te acuda, filha - disse, pousando a mão no meu ombro.
- Olha, vou mas é arrumar o saco.
- Vai lá que eu vou chamar o teu pai para perguntar-lhe uma coisa.
Subi a todo o custo até ao piso de cima. Entrei no meu quarto e pousei o saco. Fitei a cama e lembrei-me dos momentos da noite anterior. " Tu fazes-me querer-te a todo o instante, rastafari! "
Comecei a tirar as coisas da mala e a arrumá-las no devido lugar. Depois de acabar, deixei-me cair sobre a cama. Sentia-me cansada. " Porque será? ", fiz um sorriso matreiro com este pensamento.
A minha mãe interrompeu os meus pensamentos e os meus sonhos, entrando de rompante no quarto, quase a chorar.

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