-E agora o quê? – Olhou-me nos olhos.
-Agora, como ficamos? – Olhei-o muito séria, não estava a brincar.
O tom limitou-se a morder o lábio e a desviar o olhar de mim.
-Não queiras complicar as coisas cárol. – Disse-me seguido de um longo suspiro.
-Eu não estou a complicar nada, não vou é ser como as outras que tu fodes e cagas nelas. Eu não sou assim, não sou um trapo, não me podes usar e deitar fora. – Fui bastante directa, não gosto de rodeios.
–Que queres saber exactamente?
-Se vais fazer o mesmo comigo.
Tom passou a língua pelo piercing e fez um olhar malicioso. - Depende. –Passou a mão pelo meu cabelo.
-Depende de quê?- interroguei-o.
-Depende de ti.
-De mim? Tom… - Olhei para baixo, já não estava a ser a carolina que tinha sempre uma resposta.
-Sim, foi isso que eu disse, depende de ti. -Sorriu e pegou no meu queixo, elevando-o, de forma a que eu o fitasse – Tu pareces ser diferente, mas preciso de provas.
-Que queres que faça para perceberes que eu gosto de ti? Não quero ser só mais uma, quero ter algum significado para ti.
-Ora boa pergunta, mas não tenho resposta. Continua assim e talvez chegues a algum lado.
-Sempre o mesmo Tom... -Sorri e levantei-me da cama, apenas tinha vestido o soutien.
-Mas tu gostas - pegou-me pelo braço e empurrou-me contra a cama.
-Como é que sabes hã? Quem te disse? - Fiz um ar de desconfiada e fugi dele.
-Tu quase que admitias - brincou com uma das suas rastas - E-não-fujas-de-mim - silibou, tentando agarrar-me.
-Eu? Não me lembro de nada... - Continuei a fugir dele.
-Não interessa - replicou ele prontamente, estacando por momentos - Tu não me resistes, admite. Vais acabar por vir parar aqui - apontou para o seu lado.
-Isso querias tu- Sentei-me num pequeno sofá situado no canto do quarto e cruzei as pernas sempre a olha-lo nos olhos.
Ele sentou-se na cama à minha frente, sem nunca quebrar o contacto visual. Começou a balançar a sua perna devagar, fazendo-a roçar na minha. Esboçou um sorriso malicioso sem pronunciar qualquer palavra.
Olhei para ele da mesma forma. Levantei-me ele seguiu-me com o seu olhar, cheguei perto dele e parei, esperei que ele tomasse a iniciativa.
Na sala ao lado, o silêncio reinava.
A Cê olhava curiosamente o Bill, tentando arranjar um qualquer motivo de conversação, mas este último parecia entretido com os seus próprios pensamentos.
-Estou a ter ideias para uma canção nova - anunciou ele por fim, levantando-se da cadeira e indo buscar um caderno, que repousava numa das estantes da luxuosa sala. - Importas-te que escreva? -indagou, já com o caderno na mão e a caneta entre os dentes.
-Não, não me importo nada - respondeu ela atabalhoadamente, fixando o seu olhar nos traços que eram desenhados a toda a velocidade no caderno. perguntava-se como é que ele podia escrever tantos rabiscos em tão curto espaço de tempo - Também queria escrever assim - suspirou por fim, ao vê-lo riscar e rescrever novas palavras e quadras.
-Costumas escrever? - indagou ele, parando por momentos de escrever.
-Imensas vezes, mas não tão rápido como tu - sorriu - Aliás, eu ganhei um concurso qualquer, supostamente hoje ir iam-te entregar a minha fic. Isto é, se eu a tivesse traduzido - revirou os olhos ao ver a expressão interrogativa que Bill fez - Mas também não perdes muito. - encolheu os ombros e inclinou-se para ver o que ele tinha escrito - Posso ler?
-Podes claro - passou-lhe o caderno. - Estás com sorte, porque pela primeira vez, escrevi em inglês.
-Fixe, assim não tenho de pedir um dicionário à recepção - debruçou-se sobre o caderno começou a ler o que ele havia escrito. - Humm, acho que ai podias pôr outra palavra - calou-se por momentos e mordeu o lábio "Estás a falar demais Cátia"
Para sua surpresa, ele voltou a olhar o que tinha escrito e apressou-se a concordar.
-Tens razão, nem tinha reparado - riscou a palavra e substituiu-a por outra - És boa nisto, tenho pena que não tenhas traduzido o tal texto, queria ler.
-Tens Internet aqui? - perguntou ela subitamente. Tinha acabado de ter uma ideia.
-Tenho, porquê?
-Já vês - respondeu, piscando o olho.
domingo, 20 de julho de 2008
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