domingo, 27 de julho de 2008

Loving you twice - Capítulo 6

Entrei na escola. Não sabia da Vanessa. Ainda não tinha falado com ela naquele dia, o que era de estranhar.
Comecei a olhar em todas as direcções quando vejo Tom dirigir-se a mim com um sorriso. Revirei os olhos e bufei.
- Bom-dia! - disse-me, alegremente.
- Que queres, Kaulitz? - perguntei-lhe friamente.
- Oh, só vim dizer bom-dia! - respondeu, tirando o sorriso da cara.
- Não preciso de tal cortesia da tua parte. - afirmei.
Passei ao seu lado e continuei a andar, olhando para todos os lados, para ver se encontrava a Vanessa.
- Hey, onde vais? - perguntou-me Tom. Parei de súbito e voltei-me para ele.
- Dar uma volta, Tom Kaulitz. E estou capaz de te mandar ir fazer o mesmo! - respondi friamente.
Rapidamente tomei um passo mais acelarado, enquanto Tom ficou para trás. Tom correu e alcançou-me, tomando o ritmo do meu passo, caminhando lado a lado comigo.
- Se procuras a Vanessa, acho que ela foi dar uma volta com o Bill - explicou Tom.
- Quem te disse que procuro alguém, Kaulitz? - perguntei eu.
- Ainda me hás-de dizer porque és tão fria comigo. - disse, fitando o horizonte e desviando de vez em quando o olhar para mim.
- Eu não te devo explicações - disse eu.
- Inês...
- Não me chames Inês.
- Então como queres que te chame?
- Não me chames.
- Oh não me chames...podias-me dizer porque és tão fria comigo!
- Tom, deixa de ser idiota!
- Olha, olha! - disse, pulando. - Não me chamaste Kaulitz!
Bateu palmas e riu. Ri perante a sua acção.
- Hey, e fiz-te rir! - acrescentou Tom.
A verdade é que ele tinha razão. Ele fazia-me rir e talvez...talvez eu não o odiasse assim tanto.
- Estamos a fazer progressos! - exclamou Tom, com um sorriso.
- Ok, queres mesmo que te diga porque não gosto de falar contigo? - perguntei finalmente.
- Claro que sim. Vamo-nos sentar para falarmos.
Fitei-o. Acho que o assustei um pouco.
- Ok, se calhar é melhor não nos sentarmos - tentou remediar Tom.
- Eu sento-me contigo, Kaulitz - respondi, rindo.
Sentámo-nos e eu comecei a explicar:
- Não gosto de ti porque dormiste com imensas raparigas da escola e acho que tens a mania que és o melhor. Pela maneira como agiste comigo no skatepark, pela maneira como te gabas das tuas conquistas e como só queres usar as raparigas para curtir.
- Foi por causa disso que foste sempre fria comigo? - perguntou Tom, fitando-me, incrédulo.
- Achas pouco? Para mim é motivo! - respondi.
- Tipo...mandei-te embora do half-pipe do skatepark, porque parecias mesmo um daqueles putos que vai para lá, se arma em parvo e não me quer deixar andar! E ainda para mais, esses putos acabam sempre a fazer grafittis ou a estragar o "nosso" half-pipe de alguma maneira. E eu não sou tão convencido como se calhar pensas que eu sou. Eu sou muito gozão, isso sim. Isso faz as pessoas pensarem que eu sou convencido. E o facto de eu só curtir com as miúdas...acho que não tem nada de mal. E muitas delas inventam que dormiram comigo e isso não é verdade. E acho que curtir é uma coisa normal! E não curti assim com tantas. Algumas não curti com elas e elas dizem que sim. Não estou a tentar parecer convencido ou de alguma forma superior, mas isso acontece mesmo. Só não tenho nada sério com ninguém, porque não gosto de ninguém.
- Wow, Kaulitz. Surpreendeste-me - disse, estupefacta perante os seus factos.
Se calhar ele tinha razão. Se calhar ele não era má pessoa e eu tinha-me deixado levar pelo que os outros tinham dito sobre ele. Se calhar não o devia julgar sem o conhecer. E se calhar...
- É na boa, miúda. Eu sei o que se diz sobre mim por aí. Não poderias pensar muito melhor.
Deu o toque de entrada.
- Bem, vamos para as aulas - disse ele.
Levantámo-nos e caminhámos até ao pavilhão. Tom pôs o seu braço em volta dos meus ombros.
- Não abuses, Kaulitz - disse eu, tirando o seu braço dos meus ombros. Sorrimos, tentando não fitar-nos um ao outro. Mordisquei o lábio e fitei-o. Tom olhou-me de lado e riu.

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