Enquanto a stôra fazia o sumário da matéria que íamos dar ao longo do ano, Tom fitava-me.
- Olha lá, nunca viste e queres ver melhor? - perguntei-lhe, chateada.
- Hey, calma! Acho que ainda não se paga para ver! - disse, rindo.
- Podes pagar um preço que se calhar não te agrada.
- Que preço é esse?
- Simplesmente não me chateies e vais ver que não vais chegar a saber qual o preço.
- Porque não há preço nenhum...
- Kaulitz...
- Que foi?
- Cala-te.
- Ok, Stuttgart.
- Que direito tens de me chamar pelo meu apelido?
- Tu tens-me feito isso nas últimas 24h, miúda!
Recuei. Ele tinha razão.
- Não foram 24h. Que eu saiba não passei 24h a falar contigo.
- Tu percebeste...
- Sou morena, não loira.
- Hey, eu sou loiro!
- Eu sei - respondi-lhe com um sorriso matreiro. Ofendi-o de propósito.
- Fogo, miúda...
Fitou-me e começou a brincar com o seu piercing, mexendo-lhe com a língua.
- Para que é isso? - perguntei-lhe.
- Só te respondo se me responderes o porquê de tanta frieza comigo.
- Isso é chantagem!
- Aham - respondeu-me, sorrindo como uma criança.
- Tu dás-me raiva, sabias?
- É por isso que és fria? Está bem...eu agora digo-te porque fiz aquilo.
- Tipo, aquilo não foi a resposta à tua pergunta.
Ri-me da sua falta de compreensão às minhas afirmações.
Ele limitou-se a torcer o nariz e disfarçadamente, fingir que estava a dar atenção ao que a professora dizia.
Finalmente, tocou.
Saí da aula de Filosofia, com Tom a perseguir-me. Vanessa nem prestou atenção, já que continuou a falar animadamente com Bill. Parecia que se davam às mil maravilhas.
- Tens a certeza que não queres falar comigo? - perguntou-me Tom.
- Já te disse que não.
- Oh, Inês...
- Já te disse para não me chamares pelo meu nome!
Dei meia-volta e tropecei. Ia cair, mas Tom agarrou-me a tempo.
- Ainda dizes que consegues cuidar de ti mesma... - comentou, rindo.
- Cala-te!
Rapidamente me compus e segui o meu caminho.
quinta-feira, 24 de julho de 2008
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