Estava concentrada na letra que estava a escrever, no escritório da minha mãe. Sentei-me numa cadeira, num canto, e fui escrevendo com o caderno no meu colo. Aquele caderno que ia comigo para todo o lado. Escrevia letras, poemas...tudo o que me vinha à cabeça. De repente, oiço o ruído das rodas de um skate vindos da parte de cima do escritório. " É ele ", pensei para mim mesma.
- Vou mandar os skaters embora, mãe! - disse eu, saindo à pressa pela porta.
- Porquê tanta pressa? - perguntou, admirada.
- Oh, porque...porque estou farta deles. Hoje vão ouvir umas boas coisas! - disse, tentando fazer-me indignada.
Caminhei a passo apressado para as escadas. Subi-as, correndo, com a respiração já a ficar ofegante. Vi Tom com o seu skate. Corri para ele com um sorriso. Assim que me viu, sorriu-me.
- Sabia que vinhas - disse, tomando-me as mãos e encostando-as ao seu peito.
Eu ficava pequena ao seu lado. Eu só tinha quase 1,70m e ele devia ter perto de 1,83m, ou assim. Sentia-me protegida com ele. Sentia-me segura, confiante e...nervosa.
As minhas pernas fraquejaram de novo ao ver os seus olhos castanhos lindos, o seu piercing reluzente, os seus lábios aveludados, as suas dreadlocks ainda mais loiras à luz do sol, o seu sorriso arrasador...ao vê-lo a ele. As minhas pernas fraquejavam por estarmos tão perto.
Puxou-me ainda mais para ele e beijou-me a face. Depois abraçou-me.
- Ainda bem que as coisas entre nós estão resolvidas, Kaulitz - disse eu, mantendo o abraço.
Afastou-se um pouco, colocou as suas mãos no meu pescoço e eu limitei-me a manter as minhas mãos no seu peito. Voltou a fitar-me. Arrepiava-me que ele me fitasse assim.
O sol fazia com que os nossos olhos e os nossos cabelos parecessem mais claros. Os olhos dele mais cor de mel e o seu cabelo mais loiro. Os meus olhos mais verdes e os meus cabelos mais ruivos.
Foi-se aproximando, hesitante. Fechei os olhos e lembro-me apenas de sentir os seus lábios finalmente tocando os meus. Acho que o desejava, desde a primeira vez que tínhamos discutido. Deixei-me levar. Os seus lábios pareciam ainda mais macios ao tocar os meus, e não simplesmente a minha face. Sentir o metal frio do seu piercing nos meus lábios era arrepiante. Mas era um arrepio esplendoroso. Ele era realmente quem eu mais desejava. Enquanto eu o beijava, passou-me pela cabeça o que diríamos um ao outro ao romper aquele momento.
Ao quebrar-mos o beijo, fitei-o. O silêncio fazia-nos fitar um ao outro. E os nossos olhares valiam mais do que as palavras que pudéssemos dizer. Senti que ele também me queria, como eu o queria a ele. Eu ia jurar que conseguia ler o que os seus olhos me queriam dizer. Eu podia jurar a pés juntos que ele queria o mesmo que eu.
- Adoro-te, miúda - disse-me e sorriu, afangando-me a cara e os cabelos.
Sorri-lhe abertamente, retribuíndo.
- Que fazemos agora? - perguntou-me.
- Não achas que é muito cedo para...sei lá...
- Sim, acho. Acabámos de nos conhecer...mas sabes que quando estiveres pronta...
- Eu dir-te-ei, Tom. Eu irei dizer-te quando me sentir à vontade para ter algo contigo. Mas não vamos deixar de falar, pois não?
- Claro que não. Isso seria estúpido. Vamos continuar como estamos.
Atirei os meus braços ao seu pescoço e beijei-o apaixonadamente. Senti as suas mãos apertarem mais as minhas ancas contra o seu corpo.
- Gosto de ti, Kaulitz. Mais do que pensava - disse-lhe, ao quebrar o beijo, fitando-o com um sorriso.
- Eu também gosto muito de ti, Stuttgart - disse-me, retribuíndo o sorriso.
De súbito, lembrei-me que tinha de descer.
- Tom, a minha mãe está à minha espera! Desculpa! - disse num tom apressado.
Beijei-o à pressa, uma última vez naquele dia. Desci as escadas a correr e entrei no escritório de novo com a respiração ofegante.
- Porque vens sempre assim, rapariga? - perguntou-me a minha mãe.
- Não me digas nada! Andei a correr atrás dos putos! Eram pequenos mas traquinas! - disfarcei.
Voltei as costas à minha mãe, sorri e tirei um copo de água de uma daquelas máquinas com um garrafão de água em cima.
quarta-feira, 30 de julho de 2008
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