domingo, 6 de julho de 2008

Para Sempre Contigo - Capítulo 19

Saímos do parque e procurei um quiosque. No primeiro que encontrei comprei a revista e sentei-me num banco de jardim com a Mondy para lermos. Era verdade. Até havia fotos dele com uma tal de Ann Kathrin. A entrevista parecia-me real...mesmo saída da boca do Tom. Estava desiludida, decepcionada, triste. Não sabia o que fazer, o que pensar. Não sabia nada.
- Eu...não sei que te diga, Nicky... - disse a Mondy em choque.
- Mas o que vai na cabeça dele? - perguntei eu a chorar.
- Eu sei lá...mas devias era esclarecer as coisas com ele!
- Como? Não o vou ver durante mais um mês e meio...
- Para alguma coisa tens telemóvel...
- Tens razão. Vou ligar-lhe - peguei no telemóvel com as mãos a tremer e liguei para ele. Mas não obtive resposta. Ele tinha o telemóvel desligado. Comecei a chorar de novo e fechei a tampa do telemóvel.
- Então?
- Tem o telemóvel desligado...
- Eu não quero pensar que seja verdade...
- Nem eu, Mondy...mas está aqui...há fotos...há provas! Isto não me parece de todo montagens...
- Tens razão...mas e agora?
- Agora...ele resolveu trair-me...agora é mais uma razão para eu ir para o acampamento! Tenho definitivamente de me afastar daqui e principalmente esquecer o Tom...
- Sim, temos de nos afastar daqui...é melhor...eu não te quero ver assim...
- Mas custa tanto...eu vivi tanta coisa com o Tom...
- E eu com o Bill...apesar de ele não me ter feito nada...mas agora ele também nunca tem tempo para mim...vamos mas é tentar esquecê-los...vamos afastar-nos! Aquela semana vai ser sagrada...
Já tinha passado algum tempo desde que estávamos ali a falar e nem demos conta. Resolvemos voltar para casa.

(...)

Algumas semanas passaram. Não havia sinal do Tom. Tinha sempre o telemóvel desligado. Desisti. Ia esperar até que voltasse. Tínhamos a autorização dos nossos pais e estávamos oficialmente de férias. Chegou então a altura do acampamento. Arranjámos uma tenda, dois sacos-cama de campismo, alguns mantimentos, alguns objectos úteis, as roupas e as violas e os pais da Mondy foram levar-nos. As malas de campismo eram mesmo grandes e pesadas! Chegámos ao sítio do acampamento e vimos a rapariga que tanto tinha sido atenciosa connosco e que tinha a BRAVO alemã, alguns rapazes e raparigas da nossa idade e pouco mais velhos e quatro monitores. Duas jovens mulheres e dois jovens homens. Deviam ter pouco mais de vinte anos.
- Bom dia a todos! - exclamou um dos monitores alegremente.
- Bom dia! - exclamámos nós, todos os jovens, em coro.
- Eu sou o Peter. Estes são o Tom, a Nicole e a Jasmin. Somos os vossos monitores - apresentou ele.
- Era o que mais me faltava! Um monitor chamado Tom... - sussurei desesperada ao ouvido da Mondy.
- Podes crer... - concordou ela.
- Bem - continuou Nicole - no acampamento vamos ter concursos, jogos entre outras actividades. Para uma realização segura e organizada de todas estas actividades contamos com a vossa colaboração. Pedimos que sejam organizados, siguam as regras, cumpram com os vossos deveres e sejam um tanto bem comportados.
- Exactamente - concordou Jasmin - agora pedimos que façam uma fila indiana a pares ou no máximo três pessoas. O Peter e o Tom irão no princípio da fila e eu e a Nicole atrás de vocês.
Toda a gente se organizou em pares e alguns em grupos de três. Eu ia com a Mondy claro. Íamos no fim da fila só com as duas monitoras. À nossa frente iam dois rapazes muito giros. A fila não ia bem certa. Eles ainda iam a quase dois metros de distância de nós. Iam todos um pouco dispersos.
- Meninas, cheguem-se mais à frente. Estão um pouco afastadas! - disse Jasmin.
- Desculpem. Vamos já chegar à frente! - disse eu pegando no braço da Mondy e puxando-a para a frente. Os dois rapazes viraram-se para trás e sorriram. Depois viraram-se para a frente e disseram qualquer coisa.
- Como se chamam já agora? - perguntou Nicole.
- Eu sou a Inês, mas toda a gente me chama Nicky.
- Eu sou a Jéssica, mas toda a gente me chama Mondy.
Fomos o resto do caminho conversando. Os outros dois rapazes não paravam de olhar para trás, sorrir, segredar... até tinha piada mas já começava a incomodar. A certa altura um deles olhou-me muito fixamente. Voltou-se para a frente e passado um pouco voltou a fazê-lo. Voltou-se de novo para a frente e depois para trás e olhou-me de novo de alto a baixo. Perdi a paciência. Sempre fui assim.
- Olha lá, rapaz...estou mal aqui? - perguntei eu com cara séria.
- Desculpa... - disse ele mudando a sua expressão. Virou-se para a frente e já não voltou a olhar para trás. Eu e a Mondy desmachámo-nos a rir.
Finalmente, tínhamos chegado ao lugar onde íamos montar as tendas. Era uma clareira enorme no meio da floresta e por entre as árvores, em frente, via-se um lago. O local era lindo e enorme. Estava deslumbrada com tudo aquilo. Tinha grandes espectativas para aquele acampamento.
- Bom, agora vamos montar as tendas! Não se esqueçam! Rapazes e raparigas em tendas separadas! - relembrou Peter com um tom maroto. Todos se riram.
- Fazes ideia de como se monta isto? - perguntei eu pousando a enorme mochila no chão.
- Claro! Eu já fiz campismo antes. Isto é mais fácil do que parece! - disse a Mondy esfregando as mãos e fazendo cara de quem era profissional naquilo.
- Ok, senhora professora. Então explique... - disse eu. Ela riu-se.

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