quinta-feira, 17 de julho de 2008

"Nem tudo é o que parece" - Capítulo 14

- Tô !
- Tô mãe ..
- Filha, como estás ? Dormis-te bem ? Foi bom ? Já comes-te ? Estás aí ainda no hotel ?
- Mãe, calma. Eu estou bem, dormi bem, foi tudo muito bom, já comi, e sim, ainda estou no hotel.
- Ainda bem, vou-te buscar agora mesmo, até já.
- Espera mãe..
- O que foi ?
- Eu queria-te pedir uma coisa.
- Não, não podes ficar aí mais um dia, já não te chegou hoje ?
- Não, não é isso. Eu queria ir com eles..
- Está bem .
- Pode ser ? Tu deixas-me ? Assério ? E o pai ?
- Calma filha, não é assim tão sério, o teu pai também não precisa de saber que vais com eles até ao aeroporto, querida.
- Áh sim, claro.
- Então vá, eu vou-te buscar mais logo ao aeroporto.
- Mãe mas eu ..
(...)
Desligou.
- Então ela deixou ? - perguntou o Bill.
- Nem consegui pedir, ela desligou logo, e diz que me vai buscar ao aeroporto.
- Então telefona-lhe de novo.
(...)
- Está desligado.
- Bill, fica para a próxima, eu ainda posso tentar ir a meio da tour se conseguir, ou então fica para outra vez.
Suspirámos.
- Eu ajudo-te a fazer a mala.
- Obrigada.
Fizemos a mala, estivemos sempre em silêncio, não falávamos. Eu estava de rastos, e ele na mesma situação.
Terminámos.
- Já estás pronto ?
Bill acenou com a cabeça com um sim.
Descemos e encontrámo-nos com o resto do pessoal.
- Bem toda a gente se vai embora e eu fico, fogo! - reclamou Mariana.
- Ou não - respondi, resmungona.
- Oi ? Han ? Não ?
- Eu fico, a minha mãe não deixou,e fica para a próxima.
(...)
Levei-os até ao aeroporto. Jantámos lá, e ficámos a aproveitar os últimos momentos.
- Porque é que a Mariana não veio ? - perguntei.
- A mãe dela já estava preocupada, mas despedimo-nos em grande - disse Tom.
- Imagino a vossa despedida, nem é preciso detalhes - disse a rir-me.
Riram-se todos.
- Olha a vossa porta abriu, vão arrancar - disse, tentando mostrar um sorriso.
- Sim, vamos. Bruna, gostei de te conhecer, falamos por mail - disse Tom.
- Sim ! - disse Georg e Gustav.
Foram os três embora.
Bill agarrou a minha mão.
- Tens de ter força, porque eu também estou a ter - disse ele.
- Eu sei, eu faço isso por ti.
- Ainda bem, porque eu amo-te muito. Eu ao bocado quando saí de ao pé de vocês eu fui comprar-te isto.
Abri, era o perfume dele, com um anel.
- O perfume ? Por causa das roupas ? - perguntei a rir-me.
- Gostas-te não foi ? Então aí tens o perfume, para poderes cheirar e lembrares-te de mim -disse ele também se a rir.
- Óh Bill, obrigada, mas eu não posso aceitar.
- Por favor, peço-te por tudo, aceita.
- Oh meu deus, está bem.
O anel era simples, prateado, fino, e por trás apenas estava desenhada uma estrela e do lado direito dizia Bill e do lado esquerdo da estrela Bruna.
Ele fez questão de mo pôr.
- Bill ?
- Sim ?
- Porquê uma estrela ?
- Porque foi á noite, nas estrelas que tudo aconteceu. Foi sobre a luz delas que o nosso amor existiu.
- Tu és a minha estrela - disse, com os olhares a brilhar - e eu amo-te tanto.
- Não mais do que eu a ti.
Tudo estava a ser tão perfeito. Ficámos tempos a olhar um para o outro.
*Pipi Pipi*
Aquele barulho interrompeu o nosso momento.
- Desculpa Bill, foi o meu telemóvel.
Li a mensagem ..

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