quarta-feira, 23 de julho de 2008

We are together...Always - Capítulo 9

Digitou um qualquer endereço nas teclas do portátil assim que ele lhe foi oferecido. Concentrada no que estava a fazer, nem reparava que ele a olhava de forma interrogativa, tentando adivinhar o que dali podia suceder. Mesmo estando tão intrigado, não ousou proferir.A cada cara de concentrada dela ao olhar para o ecrán agradava-lhe.
-Já está? - Interrompeu-a ainda com receio.
-Yap, está aqui o que querias ver - passou-lhe o monitor, e ao ver a expressão chocada dele acrescentou - Eu vou tentar traduzir para inglês oralmente, mas não te garanto nada. Em caso de dúvida, arranjamos um dicionário - sorriu abertamente e esperou pela reacção dele.
-Eu não sou muito bom no inglês, mas podes sempre ajudar-me. É muito grande o texto? -Olhou-a bastante interessado.
-No word tinha vinte páginas - mordeu o lábio, nervosa - Bem eu também não sou fluente mas tenho 19, não posso ser assim tão má, não é?
-Hum e vamos ler todas hoje? - Olhou-a - Deves ser melhor que eu, mas para isso também não é preciso muito - Deu uma gargalhada.
- Não digas isso, és bom noutras coisas - corou ao dizer aquilo - Quer dizer, tu sabes cantar, escrever - interrompeu-se ao vê-lo debruçar-se para a fitar melhor - Temos de ler todas hoje, amanha não te vais embora? - perguntou, ao ver que aquela interrogação era a escapatória para os seus problemas com olhares.
-Obrigado, mas tu também tens boas qualidades. - Sorriu para ela, o que fez com que ela ficásse vermelha. - Sim, vou embora amanhã ou depois, ainda não sei. Só temos concertos em Julho.
-Vê-se mesmo que não me conheces - cortou de imediato. - É pena irem embora tão cedo. - admitiu, ao prestar uma certa atenão aos seus ténis vermelhos.
-Não conheço ainda. Mas posso conhecer. -Olhou para ela, mas ela continuava concentrada noutro lado. -Mas porque dizes isso?
-Eu sou um mau exemplo de pessoa - deu uma gargalhada seca - Como me podes conhecer se te vais embora? - interrogou ao olhá-lo de frente.
-Se fosses má pessoa não o admitias não é? - Sorriu - Vou-me embora sim, mas não quer dizer que saia de perto de ti.
-Desculpa? - tossiu ao ouvir aquela afirmação - A não ser que me enfies escondida dentro da tua mala, não estou a ver como podemos estar perto. Segundo as minhas aulas de geografia, são dois países com uma distância média entre eles - respondeu nervosa, gesticulando pelo ar.
-Estás desculpada. Pois deixa isso comigo. Mas... Porque é que estás tão nervosa? -Interrogou-a.
-Oh por nada - revirou os olhos - Apenas estou à frente do vocalista mais cobiçado da Europa e arredores e estou a fazer figuras tristes, nada que não me aconteça todos os dias - encolheu os ombros.
-Está descançada que por detrás do vocalista mais cobiçado da Europa e arredores, também está um rapaz normal que faz mais figuras tristes que tu possas imaginar. Portanto não te sintas mal. -Sorriu, realmente ele sorri muito.
-Já te aconteceu estares num encontro e ficares descalço? - ajeitou o cabelo, fazendo-o cair numa cascata de castanho brilhante.
-Isso não, mas já me aconteceu tropeçar e fazer figura de estúpido. - Riu-se dele próprio e fixou o olhar no cabelo da Cê, aquela grande cascata castanha.
-Já fiquei descalça num encontro e já caí em frente a quase toda a escola pelo menos três vezes. - pensou um pouco por instantes e depois acrescentou - Sou uma desastrada do pior, só digo coisas sem sentido e não tenho jeito nenhum para mentir, estar séria ou calada - reparou que ele a olhava de forma interessada e parou - Mas tu já deves ter reparado nisso.
-Reparei que és linda, isso sim. - Tocou no seu cabelo castanho, uma cor brilhante.
-E tu és mais atiradiço do que pareces - sentiu o sangue todo a subir-lhe à cara. Se pudesse, naquele momento fugiria do quarro a sete pés mas - infelizmente para si - não o podia fazer. - E precisas urgentemente de óculos.
-Só digo a verdade, sou um bom menino. - Sorri. Aproximou a sua cara da dela. Lentamente.
Ela afastou-se ao sentir a respiração calma e quente perto de si. Não pensou naquilo que estava a fazer, mas recuava cada vez mais, à medida que ele se aproximava. - Fica aí onde estás - pediu.
-Desculpa. Não foi por mal. Estás a rejeitar-me ou é impressão minha? - Interrogou-a.
-Não é impressão tua. - devolveu, séria. - Desculpa eu, mas não te vou beijar. Tu és famoso e eu sou aspirante a psicóloga. Tu tens milhares de rapariga atrás de ti e eu tenho os meus livros. Tu vais embora sei lá quando e eu fico aqui. E para finalizar, se me beijares, eu passo a gostar de ti e depois vai doer. - Bastante.
-Quem te disse que me vou embora e te vou deixar aqui? Quem disse que eu não gosto de ti? -Interrogou-a de novo.
-Não sejas utópico - retorquiu - É óbvio que vais mesmo que não queiras. Banda internacionalmente conhecida diz-te alguma coisa? E eu não vou deixar o meu país, tenho sonhos a concretizar aqui. - suspirou - Não podes gostar de mim porque só estamos a falar há duas horas. - devolveu, ao consultar o relógio.

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