quinta-feira, 3 de julho de 2008

Para Sempre Contigo - Capítulo 16

Puxei-a por um braço e começámos a correr. Chegámos ao meio da estrada e chamei um táxi.
- Siga a carrinha dos Tokio Hotel até onde quer que eles vão! Eu pago-lhe o que for preciso!
- Tudo bem, a menina é que sabe! - disse o motorista. A parte do dinheiro devia ter soado como música aos seus ouvidos.
Entrámos para dentro do táxi à pressa. A Mondy ainda não acreditava no que eu estava a fazer. Olhava-me com uma cara espantada mas feliz. Não parava de me chamar doida. Até que depois do choque, já quase a meio do caminho, desmanchou-se a rir. Não sabíamos bem porque às vezes nos desmanchávamos a rir. Mas ela fez-me sinal e parámos antes que o homem pensasse que estávamos a brincar e não íamos pagar nada.
Finalmente, a carrinha deles parou à porta de um hotel. Curiosamente, não havia fãs à sua espera. Paguei ao homem quase todo o dinheiro que tinha. A Mondy tinha mais com ela, devia dar para voltarmos a casa. Saímos apressadamente do táxi e começámos a correr para perto da carrinha. O guarda-costas deles queria-nos afastar.
- Desculpem, mas não podem chegar mais perto deles. São as ordens que tenho! São as regras de segurança!
O Tom saiu da carrinha e olhou-me com uma tremenda felicidade.
- Tom! - gritei pela terceira vez nessa noite, com ainda maior entusiasmo. Ele estava a três passos de mim, não a dois metros como ao pé do pavilhão. Apenas um guarda-costas que já nem estava bem entre nós. Viu que o Tom não lançava apenas um sorriso para uma fã.
- Nicky! - aproximou-se de mim com um enorme sorriso e beijou-me como na despedida. Parecia tudo acontecer de novo em câmera lenta.
Entretanto o Georg e o Gustav saíam também da carrinha, contentes por nos ver. Por último, saiu o Bill. Lançou um sorriso enorme para a Mondy. Ela começou a chorar, correu para ele e beijou-o.
- Pensei que nunca mais te fosse ver... - disse eu entre soluços.
- Bem! És mesmo dramática, princesa! - disse o Tom com um sorriso, passando levemente os seus polegares compridos pela minha cara, limpando-me as lágrimas - nunca te deixaria para sempre. Tu sabes isso.
- Não sei não! - exclamei eu em tom de gozo.
- Tonta...eu não faria isso...eu estou muito ligado a ti! - sorriu e olhou para mim com aquele olhar terno e aquele sorriso que eu adorava.
Enquanto contemplava o Tom, que estava ali, de novo ao pé de mim, perdi a noção de tudo à minha volta. Ficámos ali durante segundos, apenas olhando um para o outro e beijando-nos. De repente, o som do meu telemóvel rompeu aquele momento. Tinha-me obstraído completamente de tudo. Tirei o telemóvel do bolso sem tirar os olhos do Tom. Só pelo tacto, abri a tampa do telemóvel e encostei-o ao ouvido.
- Estou? - perguntei ainda com a cabeça nas nuvens.
- Filha, onde estás? Vi o que aconteceu nas notícias e eu e o teu pai estávamos preocupados! Os pais da Mondy também estão aqui, e igualmente preocupados!
- Desculpa, mãe! Esqueci-me de ligar! Eu estou bem. Saí do lugar do concerto e encontrei os gémeos. Estamos à porta do hotel onde eles vão ficar.
- Ainda bem...e tu vais ficar por aí?
- Não, desculpa...eu já vou para casa...
- Espera, filha...
- Está bem - ouvi que ela dizia alguma coisa e depois voltou a falar comigo.
- Olha, querem ficar por aí? Como já não os vêem há um tempo e não sabem quando os voltam a ver...
- Claro que quero! Obrigado, mãe! - já estava aos pulos de alegria.
- Calma! Mas isto é uma vez sem exemplo! É só porque não sabes quando o voltas a ver!
- Claro! Mas obrigado! Obrigado, obrigado!
- De nada...olha...amanhã quero-te em casa antes de almoço!
- Sim! Com certeza, minha senhora! - a minha mãe riu.
- Então até amanhã! Beijos...
- Até amanhã, mamã! Beijos...
Desliguei o telemóvel e com todo o entusiasmo desatei aos pulos. O Tom não tinha entendido nada porque tinha falado português com a minha mãe.
- Podias falar... - disse o Tom já bastante curioso.
- Claro! Olha...eu vou ficar contigo esta noite! Quer dizer...queres?
- Isso é pergunta que se faça? Claro que quero! - fez um enorme sorriso para mim. Aquele sorriso que eu adorava.
- Vais ficar no hotel? - perguntou a Mondy.
Até esta altura tinha estado completamente a leste. Eu e o Tom. Já nem me lembrava que o Bill e a Mondy estavam ali. Mas eles também só se devem ter lembrado da nossa existência quando eu desatei aos pulos.
- Sim, vou! Espera! Mas tu também! Os teus pais estavam lá com os meus! Nós podemos ficar, sister!
- Estás a gozar comigo, não? - perguntou ela sem acreditar.
- Achas que se tivesse a gozar tinha feito este escândalo todo?
- Bom...ok...não!
- Então as princesas ficam? - perguntou o Bill satisfeito.
- Claro! - respondi eu com o maior sorriso.
Ouvimos uma onda de gritos que parecia cada vez mais próxima. Parecia vir do fundo da rua. Olhámos e vimos um grupo enorme de fãs histéricas com cartazes enormes que vinham a nossa direcção.
- Ok...dêem corda aos sapatos! Vamos mas é para o quarto! - exclamei eu aflita com a situação.

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