- Bill!
- O que é que se passa?
- Shhiiiiiuuu! O meu pai Bill! O meu pai chegou!! – disse a sussurrar. -
- E qual é o problema?
- Qual é o problema?? Vai! Vai pra debaixo da cama!
- Não! Não vou enquanto não me explicares o que é que se passa.
Já com os olhos cheios de lágrimas mas sem deixar cair nenhuma, puxei-o pelo braço, cheguei-o bem perto de mim, e a apontar-lhe o dedo disse muito baixinho:
- Tu vais para debaixo da cama...agora! E eu vou explicar.te tudo...depois!
- Ok ok!
Enquanto ele ia para debaixo da cama eu trancava a porta e certificava.me de que o meu pai não aparecia.
Entrei para debaixo da cama também e ficamos a olhar um para o outro sem dizer uma palavra durante uns 15 minutos.
[O que ela está a pensar]
[Isto tudo é tão arriscado! Eu não deixo de pensar que só o conheci ontem, que ele tem 18 anos! Nada disso parece certo...
Mas ao mesmo tempo estas ultimas horas que eu estive com ele foram melhores do que os 5 anos que eu aqui vivi. E ao lado dele eu sinto-me bem... Mesmo bem...]
- Podias começar a explicar.me o que se está a passar!
- Sim...Desculpa toda esta confusão. Eu não queria que passasses por isso. O meu pai não me deixa sair, não deixa que eu traga amigos cá a casa, mal me deixa ouvir música!
- O quê?! Mas por...
- Eu não quero falar sobre isso. – interrompi-o
- Ok...Tu é que sabes. Então e agora?
- Agora?
- Como é que eu me vou embora?
- Não sei...Passas aqui a noite.
- No chão?
- Não saias por favor!!
- Queres que eu fique aqui? – Perguntou com ar de gozo.-
- Oh! Não sejas parvo! Eu não quero...quer dizer...eu preciso!
- Tava a brincar contigo... – Disse a sorrir. –
Acabamos por adormecer ali, debaixo da cama. Nem me lembrei de passar para cima...
No dia seguinte acordei da pior maneira possível. Com o mau pai a chamar, ou melhor, a gritar por mim.
- Mariaaaana!
Levantei-me de imediato com o susto e bati com a cabeça. Claro... Já não me lembrava que tinha dormido debaixo da cama.
- Hahaa... – Ria-se o Bill, que já estava acordado. -
- Shhiiiuu!
- Mariaaana! – Gritou novamente o meu pai.-
- Já voou!!
Corri para a cozinha, onde estava o meu pai que notou que alguma coisa estranha se passava.
- Tu estás com a mesma roupa de ontem?
- Não! Achas...
- Mas eu tenho a impressão de...
- Tas a confundir de certeza! – interrompi-o-
- Vê la o que é que aprontas... Vou trabalhar e vou chegar mais tarde. Já sabes as regras!
- Sim...
Fui para o quarto, fechei a porta, encostei-me a ela e entre um suspiro de alívio disse:
- Ele foi embora! Já podes sair...
- Ainda bem que a senhora me autoriza.
- Oh! Não autorizo! Agora só permito que saias se tomares o pequeno almoço comigo!
- Seu desejo é uma ordem! Ou melhor, a sua ordem é o meu desejo! – Riu-se. –
Durante o pequeno almoço falamos, falamos, parecia que já nos conhecíamos a anos! Assunto não nos faltava. Quando acabamos, levei-o até a porta e la também ficamos a conversar um bocado.
- Quando vamos ver-nos de novo?- Perguntou entusiasmado.-
- Sei la... Nós somos vizinhos, isso não é muito difícil!
- Hoje!
- Ok... Aam, o meu pai hoje chega mais tarde. Podes vir aqui se quiseres!
- Fazemos melhor! Vais tu a minha casa desta vez! Sim?
- Sim! A que horas?
- Huum... Daqui a duas horas. Pode ser?
- Claro!
- Até logo!
Bill aproximou-se de mim para dar-me um beijo na bochecha e eu estendi-lhe a mão. Depois eu fui dar-lhe um beijo na bochecha e ele estendeu-me a mão! Com este “ dá isto, dá aquilo” acabamos por nos despedir com um abraço.
As duas horas mais pareciam vinte horas a passar! Passei metade da primeira hora só a escolher a roupa que iria usar... Uma hora para tomar banho, arranjar-me e os últimos trinta minutos para ficar a olhar para o relógio a espera do momento. Fiquei a andar de um lado para o outro a contar cada minuto... Estava uma pilha de nervos!
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