quinta-feira, 12 de junho de 2008

Para Sempre Contigo - Capítulo 2

Chegámos à Alemanha. Apanhámos um táxi e íamos pelas ruas alemãs. Era tudo lindo!
Finalmente lá... Chegar à minha nova casa, conhecer os vizinhos, ir à escola, mesmo estando de férias para conhecer bem o sítio e os professores...tanta coisa para arrumar e para conhecer...e nada me deixava feliz...mas pelo menos ia estar ocupada.
A minha nova casa...olhava em volta e cada casa que eu gostava, perguntava: "É aquela?!". Os meus pais compraram a casa e não me mostraram. Era de uns amigos deles que iam vender a casa. Chegámos a uma rua meia escondida, com vivendas lindas e quintais. Estava a gostar. Pela primeira vez em muito tempo, um sorriso. Ia gravando as coisas para enviar um vídeo aos meus amigos. Todas as estradas e todas as vezes que eu perguntei se era aquela a nossa casa...estava tudo gravado!
- É aquela! - disse o meu pai com um sorriso.
Era uma casa grande, pintada num tom de amarelo, janelas e uma porta verde. Tinha uma garagem, um quintal e um jardim. Parecia mesmo grande! Mas qualquer coisa era grande comparado ao apartamento que eu tinha antes.
Saí do táxi toda contente. Os meus olhos brilhavam e eu sorria e gritava continuamente: "Não acredito! A casa é linda!". Estava feliz. Comecei a olhar para dentro do jardim. O meu pai foi abrir o portão. Entrei bastante ansiosa.
Corri para o jardim das traseiras. Tinha uma piscina, não muito grande, mas era uma piscina. Um forno a lenha resguardado num telheiro e uma mesa para comermos lá fora. A casa pareceu-me ainda maior. Depois fui ver a garagem. Não tinha nada especial. Apenas uma garagem com algumas ferramentas. Mais ansiosa que para a parte de fora, entrei para dentro da casa. Por dentro era toda pintada de branco e o chão era em madeira, excepto o da cozinha e das casas-de-banho. Já tínhamos os móveis todos colocados no sítio certo. Em baixo tinha uma sala muito grande, uma cozinha, uma pequena casa-de-banho e umas escadas para cima. Por baixo das escadas, uma pequena porta que dava acesso a umas escadas para a cave, onde o meu pai tinha feito um pequeno estúdio de música. Era maior do que tínhamos no sótão do apartamento. Depois subi as escadas ainda com o coração aos pulos. Estava desejosa de ver o meu quarto. No fim das escadas olhei em volta. Só via uma janela e três portas. Uma casa-de-banho, o quarto dos meus pais e por fim, ia ver o meu quarto. Era grande e no fundo do quarto tinha umas portas que davam para uma varanda. As paredes estavam pintadas de cor-de-rosa choque, com um friso preto e guitarras do mesmo tom das paredes. Os móveis eram de um tom não muito escuro, os tapetes e os cortinados eram rosa e pretos, a minha cama era de casal, tinha também um roupeiro grande e uma secretária. O quarto que eu sempre sonhei!
Começámos a descarregar as caixas. Ao fim do dia já tínhamos as roupas arrumadas e algumas coisas já no sítio. Estava muito cansada da viagem e de carregar as coisas. Era de noite e já tinha o pijama vestido. Despedi-me dos meus pais e fui para o quarto. Sentei-me na cama de pernas cruzadas. Olhava em volta e até me sentia bem. A minha guitarra já estava desempacotada e arrumada no seu suporte num canto do quarto, as minhas roupas guardadas e o computador portátil já em cima da mesa. No dia seguinte ia desempacotar muito mais do que isso, mas naquele dia não me restavam muitas forças. Resolvi gravar um pequeno vídeo para os meus amigos. A mostrar o meu quarto, ainda com caixotes, a falar de como me sentia. Pela primeira vez desde a viagem, a falar sobre os meus sentimentos. Depois deitei-me e comecei a chorar de novo. Acabei por adormecer a chorar.
Foram-se passando os dias. Mais vídeos, mais fotos, experimentámos a piscina, o forno a lenha, estivémos no quintal, desempacotámos tudo o que restava...os meus pais tinham emprego na empresa desses amigos que nos tinham vendido a casa e eu ia ter de passar os dias sozinha até as aulas começarem. Já não era como em Portugal. Já não era o negócio dos meus pais e eles não me podiam levar para lá. Eu até fiquei feliz com isso. As coisas estavam a correr bem. Até que chegou o dia de conhecer a escola. Não estava muito entusiasmada, porque mais cedo ou mais tarde as férias iam acabar.
Chegámos ao parque de estacionamento da escola. Olhei pela janela do carro atentamente. Era uma escola enorme e semelhante às escolas americanas. Parecia-me gira! Pelo menos era diferente da antiga e à moda da América! Sempre quis ter uma adolescência na América. Mas já que não dava, ao menos ia ter uma adolescência na Alemanha!
Aquele sítio estava muito deserto, pois as aulas ainda não tinham começado. Saímos do carro e dirigimo-nos à entrada. Uma funcionária de lá encaminhou-nos até à sala dos professores, onde a directora da escola nos ia conhecer e companhar-nos numa visita pela escola.
Eu olhava tudo atentamente. A escola mais parecia um liceu. Era enorme e tinha muitas coisas que a minha antiga escola não tinha. Gostava realmente daquilo. Os cacifos pareciam mesmo o do meu sonho em Espanha. Senti um arrepio percorrer o meu corpo e uma sensação estranha. Como se já estivesse estado ali. Mas gostava do sítio e senti que me ia dar bem por ali.

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