Despedimo-nos da Mondy. Voltámos para casa a pé. As nossas casas eram só a umas ruas dali. Eu e o Tom íamos agarrados conversando com o Bill e os nossos pais iam um pouco mais à frente conversando entre eles. Os pais dos gémeos foram para casa, mas o Tom e o Bill quiseram ir comigo até à porta da minha casa. Notei durante todo o caminho que o Bill estava um pouco estranho. Parecia satisfeito com algo, pensativo e era como se os seus olhos tivessem um brilho diferente. Chegámos à porta de minha casa e estávamos a falar um bocadinho os três sobre o concerto. O Bill continuava a parecer distante. Parecia que só eu e o Tom falávamos. O Bill olhava para baixo enquanto nós os dois falávamos. Fiz sinal ao Tom e parámos de falar. O Tom deu uma chapada na cara do Bill, mas não com muita força, claro.
- Acorda, mano!
- Estou acordado!
- Sabes o que eu acho, Tom? Que aqui o nosso querido Bill ficou com os olhos na menina Mondy...e se não fosse eu a dar-lhe o meu número ele não era capaz de avançar!
- Não foi nada disso! - o Bill começou a ficar indignado.
- Também acho que sim, Nicky! O meu mano está caidinho por ela...
Enquanto nos ríamos e o Bill estava indignado connosco, vimos uma sombra na esquina. Era a Mondy. Que faria ela ali? Avistou-nos e sorriu. O rosto do Bill, que parecia desanimado e indignado connosco, encheu-se de alegria com um enorme sorriso e parecia que os seus olhos brilhavam imenso. Ela aproximou-se sorrindo:
- Que fazem aqui?
- Eu moro aqui...os gémeos vieram comigo até à porta de casa. E tu?
- Eu moro aqui! - exclamou ela entusiasmada apontando para a casa em frente à minha.
- Aqui? Na casa em frente à minha?
- Sim! Eu não sabia que moravas aqui!
- Bom, tenho de ir, Nicky...até amanhã! - o Tom aproximou-se de mim e beijou-me. O Bill abraçou-me.
- Mais uma vez, obrigado, Nicky... - o Bill agradeceu de novo.
Os dois gémeos foram para casa e eu fiquei ali sozinha com a Mondy.
- Ele é muito giro... - disse ela com um sorriso olhando para um dos gémeos, mas eu não percebia qual.
- Qual deles?
- O Bill...
- Tu estás caidinha por ele, não estás?
- Eu? Não...só comentei que ele é giro, nada mais...
- Mondy, eu não te conheço bem, mas diria que tens um fraquinho por ele...e olha que ele ficou mesmo apanhadinho por ti! Quanto mais vezes combinarmos sair melhor vai ser para vocês...
- Ele o quê?
- Ele ficou apanhadinho...eu já o conheço!
- Estás a brincar comigo, certo?
- Não! Estou a falar a sério! Ele ficou mesmo caidinho...
- Jéssica, anda! - uma senhora, que calculei ser mãe dela, chamou-a para ir para casa.
- Olha, quando acordar mando-te uma mensagem...
- Espera...já passa da meia-noite...é sábado certo?
- Sim...
- Então não há aulas! Olha, encontramo-nos esta tarde no parque, pode ser? Os gémeos vão dormir imenso, já sei... mas lá para as cinco da tarde, podes vir ter connosco?
- Sim, acho que sim! Mas agora tenho mesmo de ir...até...logo!
- Até logo!
Fechei o portãozinho da frente da minha casa, agasalhei-me um pouco, pois estava fresco e subi os degraus rapidamente. Abri a porta e entrei em casa. Estava muito melhor temperatura lá dentro. Com o pouco de frio que havia lá fora, o meu nariz estava um pouco vermelho na ponta e mal o sentia. Fui buscar um copo de água e subi ao meu quarto. Vesti o meu pijama, penteei o cabelo, apaguei todas as luzes e fui dormir. Nem cinco minutos depois de me ter deitado, adormeci.
Ouvia o meu telemóvel como se estivesse distante. Mas o som parecia aproximar-se cada vez mais. Era cada vez mais intenso e mais próximo. Também cada vez mais irritante. Abri os olhos, devagar, como a luz deixava. Uns raios entravam por entre as frestas dos estores. Calculei que já fosse dia. Abri a tampa do telemóvel e desliguei o alarme, com um olho aberto e outro fechado. Era uma hora da tarde. Ainda era bastante cedo para me encontrar com eles, mas se dormisse mais, não dormiria de noite. Despachei-me e desci para a primeira refeição do dia, que acabou por ser o almoço. Fiquei a arrumar um pouco o meu quarto e a ensaiar na viola. Acabei também por escrever uma nova letra. Já eram quatro e meia, mas não conseguia esperar mais. Meti o telemóvel no bolso, saí de casa e fui até ao parque.
Julgava eu que era a única que se adiantava tanto! Afinal a Mondy estava a sair de casa ao mesmo tempo que eu. Veio ter comigo e cumprimentou-me.
sábado, 21 de junho de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário