- Bill, como te atreves? - disse ele com ar de quem mandava ali.
Levantei-me de súbito e acusei-me.
- Fui eu. Porquê? Se tu tens direito de fazer isso com o Bill, porque eu não posso fazer isso contigo? Vá, dá-me uma boa razão!
John engasgou-se e apontou-me o dedo, dizendo:
- Que fique claro que só não andamos à pancada porque és uma rapariga!
- Se é só por isso...mas sabes que eu bato muito bem! Vá! Vem lá se és tao macho como dizes!
Ele encolheu-se, deu meia volta resmungado qualquer coisa em murmúrios.
- Bem me parecia que eras gay... - disse eu gozando. O Tom atrás de mim desmanchou-se a rir e o Bill olhava-me chocado.
- Eu não sou gay! - disse John voltando-se de novo
- Prova! - disse eu de braços cruzados aproximando a minha cara.
Ele não fez nada. Ia dizer alguma coisa mas calou-se. Virou-se e seguiu caminho. Eu e os gémeos desmanchámo-nos a rir. O Tom começou a imitar-me a fazer frente ao John e rimos de novo. Estávamos sempre a rir quando estávamos juntos. Eram sempre bons momentos.
As aulas finalmente tinham acabado. Tínhamos a tarde livre a partir das 3h, por isso fomos até minha casa.
Subimos as escadas e fomos até ao meu quarto.
- Fiquem à vontade! - disse eu num tom simpático e sorrindo.
- Wow! O teu quarto é demais! - disse Tom deslumbrado com todas aquelas guitarras pintadas na parede, a minha guitarra e a decoração que eu tinha feito de pacotes de cordas e palhetas.
- Podes tocar, se quiseres!
O Tom ficou muito feliz com estas palavras. Começou a tocar uma música da banda deles e o Bill a cantar. No fim da música, eu estava simplesmente maravilhada! Eles eram óptimos e tinham muita energia, como eu gostava!
Falaram-me mais sobre a banda deles, que se chamava Devilish.
Nicky: Com uma banda tão boa, era mais normal que tivessem popularidade na escola e que todos quisessem ser vossos amigos...
Bill: Não sei que pensar...
Tom: Mas não vamos abaixo tão facilmente! Não podemos fazer isso!
Nicky: Claro que não! Assim eles pensam que têm poder em vocês!
Tom: Tens razão!
Bill: Gosto dela, Tom!
Bill já tinha um sorriso no rosto. Era realmente um rapaz querido! Adorava os gémeos apesar de os conhecer há dois dias. Senti que íamos dar-nos bem no futuro.
Aquela tarde foi muito animada. Rimo-nos muito, como sempre. Tocámos, cantámos e estávamos muito contentes. Eu cantei e toquei ao mesmo tempo um pouco de uma música que tinha feito. Eles gostaram imenso, apesar de eu ter sentido a minha voz estremecer por estar nervosa. Estávamos a divertir-nos bastante, mas horas passaram-se bastante rápido. Eles foram para casa e passado um pouco os meus pais chegaram. Tinham de trocar de roupa e fazer serão naquela noite...iam trabalhar até às 6 da manhã e no dia seguinte, ficar em casa.
Preparei alguma coisa para comer. Estava ali na cozinha, sozinha. Sentia-me novamente só, num país longe das pessoas que me viram crescer e que eu conhecia ou parecia conhecer desde sempre. Acabei de comer, levantei o meu prato, subi ao 2º piso, lavei os dentes e fui para o meu quarto...não tinha trabalhos de casa e estava muito relaxada. Fui abrir a janela, pois sentia um pouco de calor. O meu quarto era grande mas bastante quente. Sentei-me em cima da cama e peguei no telemóvel que estava em cima da mesa de cabeceira. Não tinha mensagens dos meus amigos...desde que me mudei tinha um número alemão e eles não me contactavam, só falávamos pela internet. Antes passava os dias a falar por SMS com os meus amigos. Agora estava ali, com um número alemão, sem ninguém para viciar nas mensagens...enfim...tinha de me habituar. Fechei a tampa do telemóvel de novo e coloquei-o em cima da mesa.
- Psst! - ouvi isto como se alguém me chamasse da varanda e olhei de súbito - convencida!
domingo, 15 de junho de 2008
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