quarta-feira, 18 de junho de 2008

Para Sempre Contigo - Capítulo 8

Estava um pouco cansada mas não conseguia adormecer com aquela sensação que parece ansiedade. Ainda não acreditava naquilo. Olhei vezes sem conta para a janela. Ainda tinha a sensação que o Tom ia aparecer outra vez. Mas ele não voltou. Olhei de novo para o relógio. Eram já duas e meia da manhã. Tinha ficado acordada muito tempo a pensar no confronto com o John, nos autocolantes, no Tom, no parque, nos amigos dos gémeos...em tudo. Foram muitas emoções para um dia. A pensar em tudo isto, acabei por adormecer.
Uma luz forte batia nos meus olhos. Acordei, devagar. Olhei para o despertador. Onze da manhã. O sol entrava pela janela e batia nos meus olhos. Deixei-me cair de novo para trás, mas era melhor levantar-me. Preparei-me e desci para tomar o pequeno almoço. Os meus pais ainda estavam a dormir. Iam entrar á tarde no trabalho. Preparei uns cereais. Enquando estava sentada à mesa, senti no bolso apertado das minhas calças o telemóvel vibrar. Pensei "Aleluia! Os meus amigos puderam gastar saldo comigo!". Tirei o telemóvel e abria tampa. Uma mensagem por ler. Abri. Era do Tom! "Bom dia princesa! Fico à tua espera no parque às 13:30h para irmos para a escola. Küss" Sorri quando li a mensagem. Não a quis apagar, como costumo fazer com todas as mensagens. Ninguém ia lê-la de qualquer maneira...mais ninguém mexe no meu telemóvel a não ser eu.
Dali a pouco estava a almoçar. Refeições em cima de refeições é o habitual quando só tenho aulas à tarde. Ainda só era uma hora. Faltava meia hora para nos encontrar-mos. Mas não resisti. Peguei na mochila. Os meus pais almoçavam.
- Aonde vais? Não entras só às duas horas? - perguntou a minha mãe.
- Sim! Eu sei...mas tipo, vou ter com os gémeos. Vamos só acabar um T.P.C. e depois bazamos!
- Ah! Se é pelos trabalhos de casa, então vai...
- Estou a ir! - beijei a cabeça da minha mãe e dei uma chapadinha na careca do meu pai como sempre - até logo!
- Até logo! - disseram eles.
Ao mesmo tempo que caminhava, pensava se não seria cedo de mais. Ao caminha um pouco mais avistei os gémeos no parque.
- Hallo! - o Tom levantou-se do banco do jardim assim que me viu.
- Bom dia! - os dois beijámo-nos. Desde o dia anterior que isso não acontecia. Eram só umas horas mas parecia tanto tempo...já sentia saudades de uma coisa que tinha acontecido há cerca de dez horas atrás...são coisas que não se podem explicar...que apenas se sentem!
- Bom dia, Bill! - aproximei-me dele e dei-lhe dois beijos na cara.
Caminhámos os três para a escola. Ficava a umas quatro ou cinco ruas dali. O Tom sempre com o seu braço em volta dos meus ombros.
- Vais ter muito que lutar lá na escola, Nicky! - disse o Bill a rir-se.
- Lutar?
- Sim...eu sou gozado, mas já o Tom...ele tem muitas pretendentes!
- Eu luto com quem for preciso! Este rapaz é que ninguém me tira!
Entretanto chegámos à escola. Todos olhavam para mim e para o Tom. Nós não ligávamos. Seguíamos caminho.

(...)

Alguns dias se passaram. Era fim-de-semana. Sábado fui até casa dos gémeos. Era uma casa bastante bonita por fora. Abri o pequeno portão, subi um pequeno degrau e toquei à porta. Não tardou, o Tom veio abrir.
- Hallo! - exclamou ele entusiasmado.
- Hallo! - o típico beijo dos namorados quando se vêem...entrei e não vi ninguém.
- O Bill?
- Foi ao cinema com o Georg e com o Andy... por isso... - fez um sorriso.
- Por isso...
- Anda!
Subimos as escadas de mão dada. Chegámos ao fundo do corredor e ele abriu uma porta. Era o quarto dele. Cheio de recortes de revista com guitarras, uma aparelhagem, um roupeiro, uma mesa com um computador, uma cama com uma colcha azul e uma guitarra. As paredes eram brancas mas estavam bem coloridas com todos aqueles recortes. Ele pôs um CD de rock a tocar, num volume não muito alto e encostou a porta do quarto. Agarrou-me pela cintura e beijou-me. Depois começou a beijar-me o pescoço e deslizou as suas mãos até aos bolsos de trás das minha calças. Eu acariciava a sua cara. Os nossos beijos iam-se tornando mais curtos. Ia-se repetir. Mas de repente o Bill entrou no quarto.
- Voltei, Tom! - disse ele sem saber que eu estava ali.
- Não ias ao cinema com o Andy?
- Sim, mas ele já não vai e os bilhetes esgotaram de qualquer maneira...por isso eu, o Gustav e o Georg decidimos adiantar o ensaio. Eles estão quase a chegar...desculpem eu não sabia que estavas aqui Nicky...
- Não faz mal... - disse eu um pouco triste.
- Pronto...então...ficas para assistir ao ensaio? - perguntou o Tom.
- Sim, eu fico! - disse eu fingindo um sorriso. Não era o que tínhamos planeado mas pelo menos estávamos juntos.
Descemos e fomos até à garagem. Aguardávamos os outros dois. Finalmente tinham chegado. O ensaio correu muito bem e eu adorei todas as músicas da banda! Eles eram realmente bons! Tinham uma música que eu gostava em especial chamada "Durch Den Monsun", que significa "Por entre a monção". A letra era simplesmente linda e a música era realmente melodiosa e romântica.

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