- Eles não devem estar à tua espera no parque?
- Não...e se estiverem...azar! Eles podem esperar mais um pouco...
Estivémos ali mais uns minutos e depois levantámo-nos. Vestimo-nos e fomos até ao parque. Não havia problema com as horas. Ainda tinha tempo até os meus pais chegarem e no dia seguinte de manhã não tínhamos aulas. Descemos as escadas. Fechei a porta de casa e saímos. Em alguns passos, estávamos no parque. Vi logo o Bill sentado na parte de apoio das costas do banco do jardim e mais dois rapazes. Um rapaz loiro também no banco e outro rapaz de olhos verdes sentado na relva. O Bill sorriu assim que me viu e os outros dois olhavam-me como que espantados.
- Esta é a Nicky! - o Tom apresentou-me todo satisfeito.
- Hallo! Eu sou o Georg! - disse o rapaz que estava no chão. Todos olhávamos para o outro rapaz loiro que parecia estático.
- Este é o Gustav! - apresentou o Bill - e acho que ele te achou linda!
Todos se riram. Eu nunca me achei linda, mas a verdade é que alguns rapazes me achavam.
- Pois...ela é linda...mas é minha! - disse o Tom colocando os seus braços em volta de mim.
- Tua? - o Gustav finalmente reagiu.
- Sim! E ele é meu! - disse eu toda satisfeita. Eu e o Tom sorrimos e beijámo-nos. Todos eles pareciam chocados ali, menos o Tom, claro.
- Vocês andam? Tom, tu contas-me tudo e não me disses-te nada! - disse Bill indignado.
- Acabou de acontecer...somos gémeos mas não temos telepatia à distância!
- Bom...de qualquer maneira...porque demoraram tanto tempo? - Bill tinha feito a pergunta à qual nós preferíamos guardar a resposta para nós.
- Estivémos a falar a sós...e depois acabou por dar nisto... - explicou Tom e de seguida beijou-me.
- Hum...vou fingir que acredito! - disse Bill num tom de voz maroto.
Estivémos no parque até tarde. Olhei para o relógio. Não tinha dado conta das horas.
- É melhor eu ir...ainda falta até os meus pais chegarem mas prefiro jogar pelo seguro...
- Percebo-te...eu levo-te a casa... - o Tom fez um ar muito doce e meio triste.
Os dois caminhávamos de mão dada e ao fim duns passos ele pôs o braço em volta do meu ombro. A noite era quente, mas sabia tão bem estar nos braços dele que era capaz de dizer que tinha frio só para ele fazer aquilo. Chegámos à porta da minha casa. Não queria largá-lo. Queria que o caminho para casa se tornasse mais longo. Queria caminha ruas sem fim desde que ele fosse comigo.
- Entras?
- Não sei...é tarde...
- Só um pouco...vá lá... - fiz uma cara à qual ele pareceu não resistir e entrou.
Entrámos e sentámo-nos no sofá da sala. Ficámos lá, lado a lado. Ele olhava-me e acariciava-me a cara.
- Gostava que tudo o que se passou há bocado se repetisse...
- Eu também...quando ficas sozinha de novo? - ele fez um ar maroto.
- Não sei...e tu não sabes se ficas sozinho?
- Acho que a minha mãe daqui a duas semanas vai passar o fim-de-semana fora com o meu padrasto. Podias ir até lá...o Bill pode entreter-se com outra coisa...mas esta namorada ele não me rouba!
- O Bill roubou-te a namorada?
- Ex-namorada...umas semanas antes de tu chegares...mas não interessa...eles acabaram uns dias depois...
- Hum...
- Mas entretanto depois de amanhã podias ir lá à tarde...estudar para o teste da próxima semana...ou não...
- Sim, sim, podemos estudar mas só um bocadinho, está bem? - desta vez fui eu que fiz o sorriso maroto.
- Que horas são?
- É tarde...quase uma da manhã...
- A minha mãe disse que eu e o Bill podíamos ficar no parque até à uma e meia desde que não estivéssemos sozinhos...portanto só mais uns minutos... - aproximou-se de mim e beijou-me. Beijos doces. Os lábios dele eram doces e quentes, assim como os beijos. Sentia-me tão orgulhosa por ser a namorada dele! Uns minutos beijando-nos e depois ele teve de ir embora. A despedida foi triste. Desliguei todas as luzes de casa e fechei a porta à chave. Subi ao andar de cima e entrei no meu quarto.
- Boa noite! - o Tom estava empoleirado de novo na varanda com um sorriso maroto. Depois de dizer isto desmanchou-se a rir.
- Tu és doido! - fui até à varanda. Pus-me de joelhos no chão. Pus as minhas mãos suavemente na sua cara e beijei-o - boa noite...
Ficámos ali uns segundos. Beijei-o de novo. Ele saltou para o chão e foi-se embora. Levantei-me e fui para dentro. Só então reparei na cama completamente desfeita. Acertei um pouco os lençóis, vesti o pijama, desliguei a luz, fechei a janela e fui-me deitar.
terça-feira, 17 de junho de 2008
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