sexta-feira, 3 de outubro de 2008

We'll always belong to each other - Capítulo 8 [ 2ª Temporada]

Depois daquele momento, eu percebi que ela era mesmo importante para mim. Vê-la ali, num sondo quase definitivo, assombrava-me, porque ela era a que muitas vezes me apoiava quando eu estava preste a cair. Era nela que eu descarregava quando tinha problemas, e ela entendia, entendia...Era com ela que eu me ria, era ela que me tinha metido ali, com o Gustav e com o resto da banda. Se ela não sobrevivesse, não sabia mesmo o que fazer.
Passaram-se dias, até fazer uma semana que tudo tinha acontecido. Nós íamos por turnos, toda à gente queria ficar no hospital, para o caso de ela acordar. O Georg nunca saía de lá, só saía para ir tomar banho a casa e depois voltava. Não comia quase nada, estava magríssimo e preocupado. Fazia sofrer, vê-lo ali, ele próprio devia sofrer imenso, coitado.
Os rapazes iam-nos tentando acalmar, apoiavam-nos. Eles percebiam bem a nossa dor, principalmente a mim e ao Georg. O Gustav vinha sempre ter comigo, ficava ao pé de mim, mesmo que não me dissesse nada, já era um apoio, já era companhia.
- Então, como é que estás? - perguntou ele, um dia.
- Tenho me aguentado.
- Tens de ter calma, Joana. Tu vais ver que vai correr tudo bem, ela vai acordar e vai ficar tudo bem.
- Mas eu tenho medo, tenho muito medo. - e começei a chorar. - E se ela não acordar? E se ela acordar mas ficar com problemas?
- Basta esperar, basta esperar. Temos de te fé que vai correr tudo bem. - e abraçou-me, e eu a chorar.
A Catarina queria ir vê-la. Tinha estado uma semana sem a ver, com medo de quando entrar, ela já estivesse morta. Mas ela não aguentou mais, precisava de ver a amiga, de ver aquela amiga que a tinha trazido ali. Quando entrou no quarto, começou a soluçar, e sentou-se na cadeira. Tinha um peluche, que deixou na mesa de cabeçeira. Olhou para os computadores. A Sónia estava normal, era como se estivesse a dormir.
- Amor...trouxe-te um presente. Um ursinho, para quando acordares saberes que eu estive aqui ao pé de ti. Pois, eu sei que tu és forte, amor. Aguenta, aguenta porque tu vais acordar e vai ficar tudo bem, e vamos ficar todos felizes! - e começou a chorar, e a rir-se ao mesmo de tempo, com o nervosismo. Estava de mão dada à da Sónia e fazia-lhe festas na cara, a dizer que tudo ia ficar bem.
De repente, ela sentiu uma força muito grande na mão. Olhou e...não podia estar a acreditar! A Sónia apertava-lhe a mão dela, com força e com força. E quando olhou para a cara dela, viu um sorriso débil, mas um sorriso. A Catarina pensava que estava a sonhar, mas não. Estava de facto a apertar-lhe a mão. Saiu a correr da sala e foi ter com os médicos.
- DOUTOR, DOUTOR! A SÓNIA APERTOU-ME A MÃO E SORRIU! - gritava ela, com lágrimas de felicidade. O Georg foi a correr para a sala, e viu o sorriso pequenino dela, viu a mão a mexer-se, a querer apertar alguém. E depressa o sorriso desapareceu e a mão parou. O que é que se passou?
- Ela teve uma forçazinha vinda de algum lado. Ela consegue ouvir-vos. Isto não é normal em comas, mas às vezes acontece. Ouviu o Georg, a Joana e a Diana, e também a ti Catarina. Só que não conseguia fazer nada, por estar no estado que está. Mas consegiu ter forças para fazer o que fez, e isso é óptimo. Deve estar prestes a acordar. - explicou o médico, a sorrir para eles.
O Georg e a Catarina abraçavam-se, contentes e a chorar de felicidade. Foram ter connosco à sala de espera, e quando os vi assim tão contentes pensei que ela tinha acordado. Mas quando percebi o que se tinha passado, fiquei um bocado mais triste, mas não deixei de ficar contente. Ao menos, estava a melhorar, e isso era óptimo.

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