sexta-feira, 3 de outubro de 2008

We'll always belong to each other - Capítulo 7 [ 2ª Temporada]

Quando entrou, e viu-a cheia de tubos e num sono profundo, não aguentou e começou a chorar. Ajoelhou-se e olhou para a cara dela, fazendo-lhe festas na cara. Pareçia que ela não tinha nada. Tinha alguns cortes na cara, mas continuava com aquela cara linda que ele sempre dizia.
- Sónia, Sónia...o que é que andaste a fazer? - começou ele a dizer, a sorrir e a chorar ao mesmo tempo. - Nunca sabes estar quieta, pois não? Por favor...tem forças para continuar. Eu não aguento um dia sem ti, princesa. Só de pensar que tu podes...só de pensar que tu podes morrer, eu juro que apetece-me matar-me primeiro! Oh meu amor....não me deixes, não me deixes.
Ele chorava e chorava, ajoelhado ao pé daquele corpo quieto e quase apagado. O corpo quieto, que não se mexia nem por nada, nem como se tivesse a dormir. Era tão injusto, mas tão injusto uma pessoa sofrer assim. Quem? Dos dois. Ele sofre com a ideia que não vai puder voltar a ouvir a sua voz, que não vai puder estar com ela mais tempo nenhum, que não pode sentir o corpo dela ou de ver o seu sorriso mais vez nenhuma. A ideia percorre-lhe a alma e fá-lo sofrer tanto, mas tanto... Ela, ela não sabe o que se passa no Mundo exterior. Não sabe que está adormecida indefinidamente, que pode morrer em qualquer instante. Ela viu-me, ela viu-me a olhar para ela, eu sentia. Eu vi os dedos dela a mexerem-se, talvez a querer agarrar-me. E tinha a certeza que ela se sentia mal por não conseguir fazer nada, por me ver a chorar assim. Então ela, com aquele feitio tão característico dela, que é teimosa e que tem pena de tudo e de todos. Oh, ela é a minha melhor amiga, não pode desaparecer assim. Não pode.
- Eu sei que tu não me estás a ouvir, Sónia. Mas eu só me consigo abrir contigo, não consigo com mais ninguém que esteja neste hospital ou neste Mundo! Eu amo-te, e não sei o que faço sem ti. - As minhas ideias ouviam-se. - Só de pensar que não vou voltar a sentir o teu corpo junto ao meu, o teu sorriso ou mesmo os teus beijos...Que não vou voltar a ter-te na minha cama, que não vou voltar a estar contigo...meu Deus, essa ideia asfixia-me, magoa-me, corta-me o coração! Tu és o meu Mundo, se tu...se tu morreres eu mato-me, juro-te!
E chorava, agarrado à mão dela, pálida e provavelmente fria. O médico entrou na sala e disse-lhe que não podia ficar lá mais tempo, que havia gente que também a queria ver e que ela também precisava de repousar. Ele, limpou as lágrimas e deu um beijo rápido nos lábios dela. Eles amavam-se, não podiam apagar um amor tão forte como o deles.
Entrei na sala, tímida e receosa de como ela podia estar. Fui buscar uma cadeira e sentei-me no sítio onde o Georg tinha estado. Coitadinha, não se devia estar a aperceber de nada. Aqueles caracóis dela, que eu tanto gostava. A cara de anjo, que eu tanto gostava. Meu Deus, a minha melhor amiga estava em perigo de vida e eu não podia fazer nada. Mana, mana... Queria tanto que sorrisses para mim.
- Mana...não me deves estar a ouvir, com certeza. Mas eu só quero que saibas que peço imensa desculpa! Eu devia estar ali contigo e não devia ter tido a ideia de tomar banho outra vez. Eu perferia mil vezes estar no teu lugar. Oh meu Deus, ajuda-a por favor... Só quero que saibas que, para o caso....Que te agradeço imenso por tudo o que fizeste por mim, sim? Desde que te conheci que mudei, mudei porque me ajudaste sempre a encontrar a razão! Se não fosses tu, eu...eu não era o que sou agora. Obrigada, mesmo muito.
E não aguentei mais, começei a chorar ainda mais. Momentos dificeis, mas tão dificeis. Não posso viver sem ela. Ela é uma irmã para mim. Só falta mesmo o sangue.
Saí do quarto, com os olhos vermelhíssimos e de queixo caído. A Diana entrou, não aguentava mais. Para a Sónia, eu e ela éramos as suas melhores amigas. Se fosse uma de nós que estivesse no seu lugar, a Sónia sentia o mesmo que nós. Sentei-me ao pé da porta do quarto. Ouvia a Diana a dizer coisas idênticas às minhas e às do Georg.
- Sónia, não me deixes por favor! Eu estou aqui graças a ti! És-me tanto, mas tanto amor...POR FAVOR, NÃO ME DEIXES, SÊ FORTE! - dizia ela, entre soluços e gritos, a que ninguém podia socorrer, ninguém podia ajudar.
Só nos bastava...só nos bastava esperar.

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