sábado, 27 de setembro de 2008

We'll always belong to each other - Capítulo 6 [ 2ª Temporada]

O Georg estava a chorar. Tinha desligado o telefone, tinha ido para janela e chorava tanto, mas tanto...O Gustav foi ter com ele, perguntar-lhe o que se passava. Aliás, o resto do pessoal estava todo na sala, preocupado.
- Georg...o que se passou com a Sónia? - perguntou a Diana.
- Ela...ela está no hospital.
- No hospital? PORQUÊ? - gritou a Diana, começando a chorar de preocupação.
- Caiu...caiu das rochas da praia.
O ambiente gelou lá dentro. A Diana e a Catarina estavam abraçadas, a chorar. O Bill e o Tom abraçavam as raparigas e diziam para elas terem calma, enquanto o Gustav tentava consolar o amigo, que também chorava e estava mesmo preocupado.
- MAS O QUE É QUE AINDA ESTAMOS AQUI A FAZER? - gritou de repente a Diana. - DE VOCÊS NÃO SEI, MAS EU VOU PARA O HOSPITAL.
E saiu de casa a correr, só com uns calções e a camisola de dormir. Seguiram-na os cinco, preocupados. O Tom foi a conduzir, com o Georg no banco da frente. Estava de óculos de sol, mas via-se mesmo que estava a chorar, as lágrimas escorriam imenso pela cara.
Chegaram ao hospital, a correr e preocupados. A Diana e a Catarina vieram ter comigo e abraçaram-me, as três a chorarmos imenso. Eu só sabia dizer "Porquê, porquê" e elas diziam que estava tudo bem, que eu não tinha culpa. Sentámo-nos, mais calmas, depois de descarregarmos umas nas outras.
- Bom-dia. Eu gostava de saber o que está a acontecer a uma rapariga que entrou há pouco tempo neste hospital. - estava nervoso, via-se só pela maneira de falar. - Chama-se Sónia Cabecinhas, tem 18 anos.
- Já sei quem é. Espere só um momento por favor.
Passado um bocado, a senhora tinha voltado.
- Está a ser operada. Tem um traumatismo grave na cabeça e vários ferimentos ligeiros no resto do corpo. Os médicos estão a tratar dela o melhor possível, acalme-se por favor. É o namorado dela?
- Sou sim.
- E o resto dos seus companheiros são o quê?
- Amigos.
- Muito bem. Sentem-se todos e acalmem-se, ela está a ser operada e vai correr tudo bem.
O Georg não se conseguia sentar, estava preocupadíssimo. Só aumentava o meu estado de culpa, por não estar com ela ali e puder agarrá-la naquele momento que eu vi tão bem. Saiu do hospital, eu não conseguia mais, tinha de ir falar com ele.
Saí do hospital, ele estava lá, a fumar. Fui ter com ele, ele não me disse nada. Oh meu Deus, por onde começar?
- Georg, eu... - Tinha de ser, eu tinha de lhe dizer tudo. - Desculpa-me assério! Eu queria imenso estar no lugar dela, para não passares por isto tudo, nem tu nem ninguém! Eu culpo-me a cada segundo por não ter estado com ela lá em cima, para quando ela se tivesse desiquilibrado eu a ter agarrado a tempo de não cair e magoar-se! Por favor, perdoa-me. Não te quero chateado comigo, era terrível para mim que, apesar deste estado em que não sei se a Sónia vai sobreviver ou não, tu ainda ficares assim comigo.
- Tem calma. Eu não estou chateado contigo, tu não tens culpa nenhuma do que aconteceu, sim? A culpa não é de ninguém. Os médicos vão fazer o seu melhor, e tenho esperanças que fique tudo bem. Ela é forte e aguenta tudo. Eu sei disso. Vá, anda cá, tem calma. - e abraçou-me. E eu chorei, chorei ainda mais do que já tinha chorado. E a partir daquele dia começei a admirar o Georg, porque por cima disto tudo ainda conseguia ser amigo e tranquilizar-me.
Entrámos no hospital outra vez, os dois muito mais calmos. Os rapazes e as raparigas olhavam para nós, preocupados. E nós fizemos um tímido sorriso, a dizer que estava tudo bem.
Passaram-se horas. Quando dei por isso, já eram três da tarde. O Tom tinha ido buscar coisas para comermos, mas ninguém queria comer. A preocupação era tanta, mas tanta.... Eram cinco da tarde quando chegou um médico de verde, a suar e a olhar para todos os lados à procura de alguém.
- Desculpem, está aqui alguém que conheça a Sónia Cabecinhas?
Levantámo-nos os sete, de encontro ao médico. O médico disse que queria falar comigo e com o Georg, que depois nós dávamos as notícias ao resto.
- Bem, a vossa amiga está muito mal. Tinha um traumatismo na cabeça, e vários ferimentos, como já vos dissemos. Neste momento está em coma, em estado grave. Esperemos que ela acorde. O traumatismo foi tratado, era mesmo de dentro. O sangue que tu viste, Joana, veio de uma outra parte da cabeça, que cosemos e que ficou tudo bem. Quanto ao traumatismo, esperemos que fique tudo bem.
- Há hipóteses de ela...morrer? - queredo, a palavra morrer aleijou-me imenso a garganta só de dizer.
- Claro que sim, por isso é que está em estado grave.
- Doutor...posso ir vê-la? - perguntou o Georg.
- Claro, mas só pode ir um de cada vez.
- Então tu vais primeiro e eu vou a seguir. - disse eu, a sorrir para ele.
E lá foi ele.

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